Referências
da cultura japonesa estão por todo país, principalmente
no estado de São Paulo, que abriga a maior comunidade nipônica
fora do Japão. Sua história se mistura com o crescimento
e desenvolvimento do Brasil, principalmente no século 20,
período marcado pela imigração de milhares
de japoneses, que buscavam uma oportunidade de trabalho e ascensão.
Explicar
e apresentar este legado é missão do Museu Histórico
da Imigração Japonesa no Brasil, que reinaugura, neste
dia 30 de abril, suas instalações que, em poucos meses,
reformou por completo dois dos três andares de exposição.
Essa foi a primeira restauração deste porte nos seus
41 anos de história. O acervo passou por uma renovação
total, oferecendo ao público melhor infraestrutura, segurança
e tecnologia para imergir na trajetória da quinta maior população
de imigrantes no Brasil.
A data
marca também a abertura de uma exposição de
fotos do Imperador Akihito e da Imperatriz Michiko, nas três
visitas que fizeram ao Brasil, inclusive para a inauguração
do Museu em 1978. O espaço abriga ainda dois raros quadros
com retratos das suas majestades em trajes de gala.
O acervo
do Museu conta com mais de 100 mil conteúdos entre objetos,
documentos e fotos em exposição e em arquivo. São
1.350 metros quadrados de área exclusiva aos visitantes,
que chegam a 2 mil por mês e 450 metros quadrados de reserva
técnica e administração. Este é o maior
museu do país dedicado a este capítulo da história
do Brasil.
"Temos
muito orgulho de abrigar um museu que é referência
para a preservação e memória da história
dos imigrantes japoneses no Brasil. Além da exposição
de objetos centenários que fazem parte da trajetória
deste povo, criamos nas nossas instalações ambientes
e interações lúdicas, responsáveis por
transportar o visitante à vida e costumes da colônia
nipônica no Brasil no século 20", enfatiza Lidia
Yamashita, vice-presidente da Comissão de Administração
do Museu Histórico da Imigração Japonesa.
Nova
Era Imperial no Japão
A reabertura
do museu coincide com a passagem da atual Era Heisei para a nova
Era Imperial, quando o imperador Akihito abdica para que seu filho,
Naruhito, assuma como novo imperador do Japão no dia 1º
de maio. Este fato histórico simboliza um novo momento para
o povo japonês, representando a união e a harmonia
do povo e das gerações.
A era
do imperador Naruhito chamará Reiwa, que pode ser traduzida
como "bela harmonia". (segundo divulgação
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, beautiful
harmony).
Parcerias
O Museu
que completou 40 anos no ano passado, decidiu em 2017 formar uma
força-tarefa para a reforma e modernização,
para fazer frente aos problemas provindos do estado avançado
de deterioração de suas instalações
básicas como o ar condicionado, a rede elétrica e
estruturas expositivas atacadas por cupim e vazamento de chuvas,
incluindo nessa iniciativa a comemoração dos 110 anos
da imigração japonesa festejado no ano passado, com
a vinda da Princesa Mako do Japão.
A reforma
do Museu foi viabilizada por empresas privadas instaladas no Brasil,
a maioria de origem japonesa, que doaram recursos sem o uso de leis
de incentivo, com o único objetivo de apoiar a preservação
da história e disseminação da cultura no Estado
de São Paulo.
"Com
o planejamento adequando a dinâmica das contribuições,
em 13 meses já foram concluídos 2 andares, o 7º
e o 8º andares, com um custo aproximado de R$ 3 milhões
aplicados nesta renovação, restando ainda o 9º
e o 3º andares, que estão dentro do planejamento global,
para viabilizar a perpetuação do nosso acervo e integrando
mais tecnologia ao percurso dos visitantes. Recebemos públicos
das mais diversas nacionalidades, descendências e idades,
e queremos chamar ainda mais atenção dos turistas
e da população de São Paulo", acrescenta
Lídia.
Bunkyo
O Museu
é mantido e administrado pelo Bunkyo Sociedade Brasileira
de Cultura Japonesa e Assistência Social, criado em 1954 e
formado por 32 Comissões temáticas formadas por associados-voluntários.
Sua atuação
é focada em diversas frentes como organização
de eventos, recepção a autoridades e administração
das instalações culturais (Museu Histórico
da Imigração Japonesa no Brasil, Pavilhão Japonês,
Biblioteca e Centro Esportivo Kokushikan Daigaku).
Serviço
Museu Histórico da Imigração Japonesa
Rua São Joaquim, 321 Bairro Liberdade
São Paulo (SP)
Horário: Terça a domingo, das 13h30 às
17h
Ingresso: R$12 (inteira), R$ 6 (meia entrada)
www.museubunkyo.org.br
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