Em uma das minha viagens à Índia, encontrei o ambiente
diferente. O país vivia a comoção da tragédia
do tsunami, ocorrida um mês antes. Aquele sofrimento me tocou e
achei que deveria ajudar. Fui a Phuket, na Tailândia, uma das regiões
afetadas, e me hospedei no mesmo hotel que apareceu nos telejornais sendo
invadido pelas águas. Agora, funcionava razoavelmente bem. Vi casas
destruídas, jardins arrasados e centenas de árvores arrancadas.
Entretanto, a lama já havia sido retirada e certa limpeza reinava.
Restaurantes estavam abertos com avisos nas portas pedindo desculpas por
não oferecerem a qualidade de sempre. Haveria um show da MTV tailandesa
com os artistas mais importantes do país, cuja renda seria destinada
às vítimas e à reconstrução de toda
a região. Comida, artesanato e brinquedos eram vendidos.
O vice-prefeito da cidade me mostrou o plano emergencial de recuperação.
Nos primeiros dias, a prioridade foi salvar vidas. As companhias aéreas
tailandesas transportaram gratuitamente de volta para casa os turistas.
Perguntei como poderia colaborar e ele me olhou firmemente e disse: Fale
da beleza deste lugar às pessoas que encontrar. Conte como lutamos
para reconstruir as nossas vidas.
A dor dos tailandeses não os impediu de enfrentar a tragédia.
Na Índia, o povo deixou-se levar por ela e demorava para reagir.
Na volta ao Brasil, pensei na diferença de atitude entre esses
dois povos. Não tenho o direito de julgar o sofrimento de ninguém.
Analiso levando em conta apenas as reações dos habitantes
de cada país atingido pelo tsunami. Por que os tailandeses foram
rápidos, e os indianos, passivos?
Transferi a reflexão para a nossa vida. Às vezes, tudo
dá errado. Você monta seu consultório com capricho,
sofre para pagar equipamentos e, nos primeiros meses, quase nenhum paciente
aparece. Batalha para fechar uma venda, mas o cliente assina contrato
com outro fornecedor. Prepara uma aula fantástica para os alunos
e eles nem prestam atenção. Numa situação
assim, há dois caminhos: permitir que o problema lhe paralise ou
fazer do drama um trampolim. Vá na segunda alternativa.
Use a regra 10 para 1
Não adianta se torturar com uma autocrítica feroz. Convide
o seu companheiro(a) para sair. Se até o romance acabou, chame
os amigos mais divertidos, fale sobre outros assuntos, paquere bastante.
Mirar o futuro é a melhor maneira de esquecer o passado. No dia
seguinte, pratique a regra 10 para 1. Para cada coisa que
não deu certo, faça dez para dar certo.
Hoje, eu me dou ao luxo de escolher meus clientes. No começo,
não foi assim. Ocorreu de eu organizar um seminário para
30 pessoas e haver apenas 3 inscritos. Quase desisti. No entanto, usei
a regra do 10 para 1. Para cada cancelamento, dei dez telefonemas.
Liguei para amigos e familiares pedindo indicações de possíveis
participantes. A sala quase lotou.
Todos nós nos sentimos na última colocação
em algum momento. Contudo, o perdedor fica olhando para o que perdeu,
enquanto o vencedor chora, levanta a cabeça e volta à luta.
Por pior que seja a situação, comece a fazer planos para
o futuro e converse sobre eles com as pessoas mais próximas. Se
olhar para a frente, não vai deixar que um fracasso atrapalhe seu
projeto de ser feliz.
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