(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Dos 781
imigrantes japoneses que desembarcaram com o navio Kasato Maru,
773 seguiram para as fazendas Canaã, Floresta, São
Martinho, Guatapará, Dumont e Sobrado. No total, foram 586
homens e 187 mulheres.
Em comum
entre as fazendas estava as plantações de café.
O trabalho, invariavelmente, começava às 6 horas da
manhã. Era um serviço árduo, que foi ainda
complicado já que 1908 foi um dos piores anos na história
da então próspera cafeicultura brasileira. Aliado
a isso ainda tinha a concorrência da mão-de-obra européia.
Mas vários
outros fatores contribuiram para que a estada dos imigrantes nas
fazendas de café tivesse sido curta. Más condições
de habitação e alimentação, dificuldade
de entendimento com os fazendeiros em função da língua
e dos diferentes costumes são apenas alguns exemplos.
Outro
detalhe é que os cafeeiros, já velhos, não
rendiam aos japoneses ¼ daquilo que esperavam ganhar. Ou
como Ryu Mizuno havia propagandeado ainda no Japão, comparando
as plantações de café à verdadeiras
minas de ouro. Assim, o que muitos ganhavam mal dava para sobreviver.
Por conta disso começaram as reclamações e
o clima de descontentamento foi tomando conta.
Com os
problemas, começaram a retirada e as fugas das fazendas.
Depois de seis meses, dos 773 imigrantes enviados às seis
fazendas, 430 haviam se retirado desses locais indo para novas propriedades.
Outros tentaram a sorte nas estradas de ferro da Noroeste ou trocaram
o Brasil pela Argentina, de onde vinham notícias de que por
lá seria mais fácil.
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