(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
As fugas
das fazendas levaram os imigrantes a desbravar o interior de São
Paulo. Foram, em sua maioria, para novas propriedades. Mas houve,
naqueles grupos de fuga, quem viesse a São Paulo. A cidade
não lhes seria estranha. Afinal, já na primeira leva
do Kasato Maru, alguns já tinham ficado na capital trabalhando
como carpinteiros, artesãos, forjadores, costureiros e em
casas de vendas, como a Fujisaki.
Com a
matriz em Sendai, a Casa Fujisaki foi aberta com o nome de O Japão
em São Paulo, vendendo artigos japoneses. Em 1910, surgia
no Rio de Janeiro a Casa Hachiya, com sede em Nagóia, comercializando
porcelanas e artigos importados.
Historicamente,
pode-se dizer que as casas Fujisaki e Hachiya foram as primeiras
empresas japonesas a se instalarem no Brasil. Depois vieram, anos
mais tarde, a Casa Hase, Casa Endo, Casa Nakaya, Casa Kunii e Casa
Ito. Da época, costuma-se relatar a importância que
teve para os japoneses os trabalhos realizados pelos conterrâneos
Takeo Goto, da Casa Fujisaki, Umekichi Akeho, artesão-chefe
de uma confecção de chapéus, e Teijiro Suzuki,
secretário da Hospedaria dos Imigrantes.
O contingene
de imigrantes japoneses começa a crescer em São Paulo.
Surgiram também casas, em formato de pensões no Brás
e na Móoca, que abrigavam nipônicos que chegavam à
cidade após abandonarem as fazendas.
Aliada
à entrada dos japoneses em novas fazendas, com a chegada
do segundo grupo com 906 pessoas em 1910 no navio Ryojun Maru, começava
também a inserção de muitos deles em novos
setores. Em 1911, já era possível encontrar japoneses
trabalhando na horticultura nos bairros de Santana e Taipas, na
Zona Norte de São Paulo.
Em 1915,
na Rua Conde de Sarzedas, no centro de São Paulo, transformada
em paraíso dos japoneses, surgiria também a Escola
Taisho, o primeiro estabelecimento de ensino criado e mantido por
imigrantes. Nesse período, o número de japoneses crescia
assustadoramente. Assim, foram surgindo posições de
chefia e pessoas que arranjavam trabalhos em São Paulo. Seis
anos após a entrada do Kasato Maru, outras nove embarcações
chegaram ao Porto de Santos, totalizando 14.899 pessoas.
|