(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Inaugurada
em 1906 com o nome de O Japão em São Paulo,
a Casa Fujisaki fechou as suas portas em 1932, após problemas
na matriz em Sendai. Mas outras empresas surgiram em São
Paulo e no Rio de Janeiro poucos anos depois da chegada do Kasato
Maru.
Nos tempos
pioneiros, havia os comerciantes cujos negócios foram montados
para atender às necessidades inerentes aos nipo-brasileiros.
Como exemplo, temos os estabelecimentos no bairro de Pinheiros que
atendiam os lavradores da região sudoeste da cidade, tais
como Taboão, Campo Limpo e Cotia.
Na zona
rural, a partir da década de 20, surgiram os imigrantes que
atuavam na intermediação de produtos agrícolas.
Eles coletavam as produções, como arroz, café
e algodão, e transportavam até o local das máquinas
beneficiadoras. Depois, alguns deles constituíram suas próprias
empresas de beneficiamento, os chamados maquinistas,
como a Casa Hisato Fujiwara e Casa Ueno.
O setor
de lavanderias e tinturaria teve grande presença dos nipo-brasileiros.
Além de exigir pouco capital, possibilitava o trabalho de
todos os membros da família. Rokuro Koyama, no livro História
dos 40 anos da imigração japonesa, revela que, no
final da década de 40, na cidade de São Paulo, havia
cerca de 1,5 mil tinturarias e cerca de dois terços pertenciam
aos japoneses e seus descendentes. Em 1958, outro levantamento constatava
que, em todo o Brasil, 4.356 lavanderias e tinturarias pertenciam
aos japoneses. Registrava ainda que 2.013 eram barbeiros e 1.122
fotógrafos.
Já
no setor financeiro, as atividades eram desempenhadas pelas empresas
de colonização e instituições do Japão.
Em 1932, foi constituída a Casa Bancária Tozan (depois,
em 1954, Banco Tozan), através da Casa Tozan, que atuava
no Brasil desde 1927 com atividades voltadas ao setor agropecuário.
Ela serviu de fonte financiadora de atividades agrícolas
e foi a pioneira a aceitar contas de depósitos da comunidade
nipo-brasileira.
A Casa
Bancária Bratac surgiu em 1937, como um dos ramos das inúmeras
atividades da Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda. (conhecida
por Bratac). Em 1940, foi sucedida pelo Banco América do
Sul. Havia também a Casa Bancária Kaikô, criada
em 1937 (depois sucedida pelo Banco Popular), e a Casa Bancária
Brascot (após a Segunda Guerra, foi adquirida pelo Banco
Sumitomo).
Nessa
área financeira, é importante destacar o Yokohama
Specie Bank (sucedido pelo Banco de Tóquio), instalado no
Rio de Janeiro, desde 1919, como estabelecimento especializado em
câmbio. A partir de meados da década de 30, passou
a funcionar como refinanciador das casas bancárias anteriormente
citadas.
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O comércio dos imigrantes
japoneses em 1933
A
publicação comemorativa dos 25 anos de imigração
no Brasil, de 1933, do jornal Seishu Shimpo, registra as atividades
comerciais nas principais cidades do Estado de São Paulo.
Elas envolviam produtos agrícolas, secos e molhados, confeitarias,
bares, hospedarias, barbearias, transportes, quitanda, farmácias,
móveis, etc.
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