Umpei
Hirano criou um núcleo em 1915
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Desde
o início da imigração, em 1908, até
a década de 20, a colonização nipônica
ocorreu especialmente no interior de São Paulo. As regiões
da Paulista, Noroeste e Sorocabana destacaram-se nesse processo
por atraírem as levas de pioneiros que desembarcavam no País
atrás da riqueza prometida, assim como ocorrera também
nas linhas Mogiana e Juquiá.
Na Noroeste,
a marcha intensificou-se de fato a partir de 1920. Antes, em 1915,
Umpei Hirano já desbravava a região para a criação
do primeiro núcleo, batizado de Colônia Hirano, na
região de Cafelândia. Ali perto, em 1918, surgia o
Núcleo Uetsuka nº 1, criado por Shuhei Uetsuka. O local
ficava na antiga estação Heito Legru (atual cidade
de Promissão), cujo nome em português é Núcleo
Itacolomi.
Os imigrantes
eram atraídos à região pela existência
de terras novas que poderiam adquirir ou arrendar. Outro ponto positivo
era a facilidade de transporte, já que o desbravamento seguiu
em paralelo às linhas das estradas de ferro da época,
estendendo-se até o Estado do Mato Grosso.
Também
nos anos 20, surgiram anúncios em jornais japoneses da época
(Nippak Shimbun, Notícias do Brasil e Notícias de
São Paulo) sobre as vendas de terras e a procura de colonos
para a formação de novos cafezais. Além do
café, os nipônicos dedicavam-se aos cultivos do arroz,
do algodão e da batata.
Um dos
exemplos de sucesso de colonização na Noroeste ocorreu
com o Núcleo Tietê, criado pela Cooperativa de Colonização
do Brasil (Bratac). As terras foram adquiridas em agosto de 1928,
num total de quase 47 mil hectares. Entre setembro de 1928 e fevereiro
de 1929, o Japão enviou apenas quatro famílias para
Tietê. Sem infra-estrutura completa, elas ficaram em Aliança,
na região de Mirandópolis.
Assim,
os primeiros imigrantes diretos entraram em 1º de junho de
1929. No total, instalaram-se 34 famílias. Mas o núcleo
demorou a se desenvolver, o que só veio a ocorrer após
um reestudo do planejamento da Bratac. Em 1932, vieram diretamente
do Japão 20 famílias, e outras 128, de outras regiões
do País, também se fixaram no local.
A Noroeste
é chamada de berço do proprietário japonês
calcula-se que, em 1927, cerca de 3,7 mil famílias
morassem ao longo dessa via. Até 1920, após alguns
anos como colonos de café, adquiriam a propriedade (cerca
de 10 alqueires) e cultivavam arroz e algodão e só
depois plantavam café.
Já
a região da Sorocabana (e parte da Alta Paulista) caracterizou-se
pelo cultivo do ouro branco, o algodão, pelos
arrendatários japoneses. Ao contrário dos patrícios
da Noroeste (o café é cultura perene), têm alta
mobilidade, visto que, em quatro ou cinco anos, esgotada a fertilidade
da terra, mudavam em busca de novos locais.
Um pouco
antes da década de 20, surgiu na Sorocabana os núcleos
Vaivém e Brejão, na região de Santo Anastácio
e Álvares Machado. Em 1932, o segundo chegou a contabilizar
384 famílias, em um total de 2.109 pessoas.
A partir
da década de 20, surgem também pequenos núcleos
ao longo da linha Sorocabana (Avaré, Santa Cruz do Rio Pardo)
com o cultivo do algodão, e nas manchas de terra roxa (Ourinhos
e Piraju) a formação dos cafezais. Dali, seguiram
em direção a Oeste, na Alta Sorocabana, atingindo
Paraguaçu Paulista em 1925 e Rancharia em 1929 (cercanias
de Presidente Prudente).
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