Senjiro Hatanaka, fundador da cidade de Bastos |
(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Ao lado
das linhas Noroeste e Sorocabana, a região da Paulista também
foi um grande pólo de atração de imigrantes
no interior de São Paulo. A partir da década de 20,
ocorreu uma fase mais aguda da movimentação dos nipônicos
no sentido de desbravar novas terras.
Foi por
meio da Companhia Colonizadora do Brasil (Bratac) que surgiu a cidade
de Bastos, cujas terras haviam sido adquiridas pela Confederação
das Cooperativas de Emigrantes (Kaigai Iju-Kumiai Rengokai) em 18
de junho de 1928. Na época, a Bratac, fundada em 25 de março
de 1929, já havia feito o mesmo com o Núcleo Tietê,
mais tarde conhecido como Pereira Barreto.
Entre
1928 e 1929, o trabalho de desmatamento desbravando as novas terras
foi intenso. O escritório da Bratac no Núcleo Bastos
era gerenciado por Senjiro Hatanaka, que havia passado pelo Núcleo
Hirano, na Noroeste. Naquele período, uma nova leva de 68
famílias de imigrantes chegava ao local, totalizando 82 famílias.
Por cada lote era cobrando, em média, ¥ 1.440. Além
do café, plantavam arroz e feijão.
No final
de junho de 1930, o número de famílias de imigrantes
já chegava a 121, contabilizando um total de 653 pessoas.
Aos poucos, o núcleo foi ganhando uma nova infra-estrutura.
Nesse segundo ano de colonização, havia ambulatório
médico, escola primária (com ensino em japonês)
e casa de beneficiamento de arroz.
O principal
cultivo no Núcleo Bastos foi mesmo o de café, mas
a crise de 1929 causou sérios problemas. Entre 1931 e 1932,
fortes geadas também derrubaram a safra. Assim, aos poucos,
os imigrantes passaram a apostar em outras culturas. Primeiro foi
o algodão, cujas vendas intensificaram-se a partir de 1933,
com o surgimento da Cooperativa Agrícola de Bastos.
Depois
do algodão, os nipônicos resolveram partir para a criação
do bicho-da-seda, trabalho que já vinha sendo feito desde
1931. Na década de 50, a aposta ocorreu na avicultura, ainda
hoje o carro-chefe do município que ostenta o título
de Capital do Ovo.
Em 1926,
Marília recebeu os primeiros imigrantes japoneses. Quatro
anos após a crise econômica de 1929, a cidade retomou
seu desenvolvimento através do plantio de algodão
devido ao menor investimento em relação ao café.
A conicultura contou com injeção de capitais japoneses
e com o trabalho intenso desses imigrantes.
Apesar
de entrar em decadência a partir de 1945, a cotonicultura
deu uma grande contribuição e iniciou a industrialização
de Marília. Em 1938, a cidade perdeu grande parte do seu
território devido à criação de novos
municípios como Pompéia e Quintana. Mesmo assim, o
censo de 1940 estimou a população em 81.396 habitantes,
dos quais os japoneses representavam 19,24% desse total.
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