(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
A imigração
japonesa na Mogiana teve início em 1908, com a chegada da
primeira leva de pioneiros que desembarcaram no País a bordo
do navio Kasato Maru. Afinal, as fazendas de Guatapará, Dumont,
São Martinho e Canaã estão naquela região.
Mas, como já se sabe, muitos dos imigrantes abandonaram as
fazendas dos barões do café meses depois de se estabelecerem.
Assim,
segundo relatos de Tomoo Handa no livro O Imigrante Japonês,
um dos primeiros grupos de imigrantes japoneses chegou em maio de
1912, na Fazenda União, na estação de Igarapava,
liderados por Kaito Ussui. Quatro anos mais tarde, a poucos quilômetros
dali, já em Minas Gerais, entrava um outro contingente de
nipônicos sob o comando de Nisaburo Takizawa. O local escolhido
foi a Fazenda Lajeado, na estação de Conquista.
No lugar
do café, em 1908, os japoneses da Mogiana dedicaram-se ao
cultivo do arroz.Dados de 1918 dão conta de que a região
já tinha, na época, 97 famílias nas monoculturas
de arroz. Outras 89 a cultivavam intercaladas com outras culturas.
No ano seguinte, pelo menos mais 200 famílias tornaram-se
rizicultoras, chegando, no total, a 400 produtoras.
O sucesso
com o cultivo do arroz foi imenso. Em decorrência disso, no
dia 10 de outubro de 1919, surgia a sede de uma sociedade de capital
aberto que reunia esses rizicultores numa espécie de cooperativa,
batizada posteriormente de Sindicato Agrícola Nipo-Brasileiro.
A base tinha como centro a cidade de Uberaba, Minas Gerais, que
integrava o chamado Triângulo Mineiro, de Conquista até
a estação Delta, sempre beirando o Rio Grande.
Os japoneses
que se dedicavam à rizicultura ao longo do Rio Grande trabalhavam
por meio de parceria agrícola direta, indireta (por meio
de um empreiteiro) ou simplesmente arrendavam terras para o cultivo.
Houve, na história local, produtores que conseguiram se sobressair
com grandes plantações. Masuo Nakano, em 1933, por
exemplo, colhia cerca de 4 mil sacas de arroz em uma área
de 50 alqueires.
Nas dez
primeiras levas, a Mogiana foi a que mais atraiu os imigrantes.
No total, 3.284 pessoas foram encaminhadas para Ribeirão
Preto e Sertãozinho recebeu 1.102 pessoas. Essa mesma tendência
continuou nas levas seguintes, tendo como primeiros colocados Ribeirão
Preto (513 famílias), São Simão (138), Sertãozinho
(135), Cravinhos (123) e Jardinópolis (119).
|