(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Na primeira
leva de japoneses a bordo do Kasato Maru, das 781 pessoas, 325 eram
de origem okinawana. Os primeiros japoneses no Mato Grosso (a divisão
entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul só ocorreu em 1977)
começaram a chegar na região juntamente com a construção
da estrada de ferro, a partir de 1910.
Campo
Grande foi um dos importantes núcleos de imigrantes de Okinawa,
que chegaram à região atraídos pelos bons pagamentos.
A diária média dos trabalhadores não passava
de 3 mil réis, mas, como operários da estrada de ferro,
poderiam ganhar 5 mil réis. Foi por conta disso que 75 imigrantes
aceitaram trabalhar no assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil, no então Estado do Mato Grosso.
Em Santos,
tomaram um navio cargueiro da companhia que rumou ao Sul do Brasil
e, pelo Rio Paraguai, chegaram ao destino, Porto Esperança,
26 dias depois. Isso foi em 1909. Outros japoneses vindos da Argentina
e do Peru também se juntaram ao grupo.
As obras
ficaram prontas em 1915. E foi a partir disso que a estação
Campo Grande passou a ser destacar, principalmente porque os operários
acabaram se fixando na região. Mas o primeiro morador japonês
fixo em Campo Grande, hoje capital sul-matogrossense, foi Kosho
Yamaki, que chegou à cidade em maio de 1914 (ele viera do
Peru). Ele adquirira, na época, uma pequena chácara
que pertencera a Koshiro Ishibashi, que nunca fixou-se na cidade.
Distante
de 5 a 8 quilômetros dali, os japoneses descobriram a fertilidade
da Mata do Segredo e, a partir de 1917, sete famílias iniciavam
o núcleo pioneiro da Colônia Segredo. Novos núcleos
de colonizadores (a maioria de okinawanos) começaram a surgir,
principalmente após a instalação do quartel
militar em Campo Grande, entre 1920 e 1922. Aumento da população
(incluindo os soldados), demanda de capim e verdura aos cavalos
propiciou o surgimento de pequenos agricultores em torno da cidade.
Em toda
a história da imigração japonesa em Campo Grande,
foram criados 23 núcleos. A primeira foi Chacrinha, fundada
em 1914. As seguintes foram Mata do Segredo (1917), Bandeira (1918),
Imbirussú (1920), Mata do Prosa (1924), Cascudo (1925), Mata
do Ceroula (1926), Rincão (1927), Buracão (1929),
Lagoinha (1939), Salobra (1939), Córrego da Anta, Patelinho,
Rochedinho (1940), Indubrasil, Sidrolândia (1941), Bonfim
(1942), Rio Negro (1953), Quebra Coco (1955), Yamato (1956), Várzea
Alegre (1959), Dois Irmãos (1959) e Três Barras (1960).
Outro
pólo importante da imigração japonesa no então
Mato Grosso foi a cidade de Dourados. Lá, os japoneses chegaram
em 1935. Em 1946 vieram do Estado de São Paulo Mineji Saito,
Jooji Eguti, Benkiti Kakuda e Hidekiti Dokko. Na época em
que estava sendo implantada a Colônia Agrícola de Dourados,
projeto fundiário para assentar 10 mil famílias nordestinas
em lotes de 30 hectares, Yassutaro Matsubara, que residida na cidade
de Marília, conseguiu junto ao presidente Getúlio
Vargas a destinação de 1 mil lotes para os japoneses.
As primeiras
atividades realizadas pelos japoneses na região foram culturas
de arroz, feijão, milho e mandioca e culturas de subsistência.
Por conta da colonização, surgiram também em
Dourados alguns núcleos coloniais: Laranja Lima, Kyoei e
Matsubara.
No atual
Mato Grosso, os japoneses chegaram na década de 50, na antiga
Gleba Rio-Ferro, em Feliz Natal. Os japoneses, levados à
região também por Yassutaro Matsubara, foram atraídos
pela oportunidade de cultivo à produção da
borracha.
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