Shuhei
Uetsuka esteve em terras paranaenses
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Takeo
Goto acompanhou Uetsuka em 1910
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(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Os paranaenses
nunca tinham visto um japonês até 1907. Existe uma
teoria de que quando visitou o Paraná, em 1880, a comitiva
de Dom Pedro II tinha um acrobata japonês de nome Manji Takezawa.
Ele teria, segundo relatos históricos, chegado ao Brasil
em 1870 e quando ficou desempregado depois da Proclamação
da República, montou um circo, casou-se com uma italiana
e percorreu várias cidades do Brasil, Uruguai e Argentina.
Mas comprovadamente,
os primeiros japoneses que pisaram em terras paranaenses foram o
ministro plenipotenciário do Japão, Sadatsuchi Uchida,
e o secretário e intérprete da Legação
Japonesa, Arajiro Miura, que chegaram em dezembro de 1907. Eles
foram ao Paraná para conhecer as terras daquele Estado.
Acompanhado
de Takeo Goto, como intérprete, Shuhei Uetsuka foi a Curitiba,
em maio de 1910, para verificar a possibilidade de levar ao Paraná
cerca de 250 imigrantes, referentes ao excedente contratual com
o governo paulista. Nessa visita, ficaram sabendo que alguns patrícios
moravam em uma pensão próxima. Eles encontraram no
local Eihati Sakamoto e Jintaro Matsuoka.
Os dois
contaram que na região de Faxina, onde trabalhavam, conheceram
trabalhadores que diziam morar na Argentina. Sakamoto, Matsuoka
e Shinkichi Arikawa chegaram em Curitiba em 1909. Os dois primeiros
haviam chegado ao Brasil a bordo do Kasato Maru e encaminhados à
Fazenda Dumont.
Em 1913,
em Cambará, na Fazenda dos Barbosa Ferraz, que cultivava
900 mil pés de café, registrava a presença
de colonos japoneses. Em 1917, surgia um agrupamento de sitiantes
batizado como Vila Japonesa e, em 1923, na zona urbana, havia armazém
e empório de japoneses.
A primeira
comunidade japonesa no Paraná foi a Colônia Cacatu,
que fica na região litorânea. Essa surgiu em 1917.
Takashi Watanabe foi atrás de pessoas interessadas em residir
na colônia. Não obteve êxito nas primeiras visitas
na região Noroeste. Só na região Araraquarense,
na Fazenda Paraguaçu, na região de Taquaritinga, encontrou
quem lhe desse ouvidos.
As restrições
para o plantio de café em São Paulo, em 1932, intensificaram
a mudança dos imigrantes japoneses para o Norte do Paraná.
Além disso, havia também as facilidades trazidas pelos
trilhos da Estrada de Ferro São PauloParaná,
construída a partir dos anos 20, que atravessava extensas
faixas de terra roxa passando por Bandeirantes (1930), Jataí
(1932) e chegando a Londrina em 1933.
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