(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
Os japoneses
começaram a chegar em Goiás a partir de 1910. Era
um grupo muito pequeno, que escolheu a região para trabalhar
com a criação de gado. Mas e só a partir dos
anos 20 que o Estado passa a registrar uma leva maior de nipônicos.
As terras
goianas eram boas e a região integrada pelo sistema ferroviário,
fatores essenciais para atrair os japoneses. Entre 1925 e 1929,
o fluxo migratório para Goiás intensificou-se. Municípios
como Goiânia, Anápolis, Goiandira, Pires do Rio, Nerópolis,
Inhumas e Goianópolis foram, pouco a pouco, atraindo a mão-de-obra
japonesa.
A escolha
pelo Estado de Goiás se deu devido ao cultivo do café
e a influência da Prefeitura de Anápolis, segundo o
qual as terras da região seriam devolutas, cabendo aos interessados
apenas o pagamento de uma taxa no ato do cadastramento recebendo
logo em seguida as escrituras definitivas. A figura de um veterinário
japonês, formado pela Universidade de Tóquio, Tsunehiro
Ishibashi, um prestador de serviços da cidade de Catalão,
tornou-se comentada pelos imigrantes pioneiros, como alguém
que transmitia credibilidade ao incentivar a idéia do prefeito
de Anápolis.
A plantação
de café, porém, foi uma atividade desastrosa para
os agricultores que, além de não contarem com a técnica
básica necessária para o plantio inicial, descobriram
que o solo não tinha características favoráveis
que imaginavam ter. No final dos anos 30, para piorar a situação,
foram surpreendidos por uma forte geada que inviabilizou o andamento
de novos investimentos. Com isso, muitas famílias acabaram
partindo para outras localidades.
No Estado
vizinho de Minas Gerais, há registros de japoneses desde
a década de 10. Em 1913, por exemplo, 107 imigrantes foram
trabalhar na Mina de Morro Velho. Acabaram abandonando o trabalho
e muitos deles resolveram estabelecer-se em Belo Horizonte.
Porém,
a atividade que mais incentivou a ida de japoneses a Belo Horizonte
foi o setor de hortifrugranjeiro para abastecimento da capital.
Essa iniciativa contou com o apoio do governo mineiro na década
de 30. Em 1936, por exemplo, viviam em Belo Horizonte aproximadamente
15 famílias de imigrantes, em um total de 86 pessoas. Foram
elas, aliás, que naquele ano, constituíram a associação
japonesa que foi o embrião da Sociedade Mineira de Cultura
Nipo-Brasileira.
O crescimento
da imigração em Minas foi lento e esporádico.
Fatores como o início do investimento japonês no Estado
favoreceram o crescimento a partir da década de 70, tendo
em vista a vinda e técnicos e administradores pertencentes
às empresas que investiam em Minas Gerais e que estabeleceram
em Belo Horizonte e cidades próximas.
A região
que historicamente mais atraiu os imigrantes foi o Triângulo
mineiro em virtude da conexão existente entre as áreas
de concentração dos imigrantes no Estado de São
Paulo, via a estrada de ferro Mogiana, e também devido as
condições favoráveis à rizicultura.
Foi em 1916 que um grupo de imigrantes iniciou a plantação
de arroz em Conquista, a qual se expandiu para Uberaba e adjacências.
Isso possibilitou a formação de uma cooperativa de
produtores em 1919, com sede em Uberaba e filial em Conquista.
Recentemente,
a região tem atraído muitos cafeicultores de São
Paulo e Norte do Paraná. Além disso, o projeto Prodecer
de exploração da região dos Cerrados com assentamento
de produtores brasileiros, tem transformado municípios como
São Gotardo, Patrocínio, Carmo do Paranaíba
em importantes centros.
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