(Fotos:
Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil)
A região
do extremo sul do Brasil também foi um território
desbravado pelos imigrantes japoneses. Ainda que pequena,
a presença nikkei em Santa Catarina e Rio Grande do Sul é
muito importante.
A história
no Rio Grande do Sul teve início em agosto de 1956, com o
desembarque, no porto do Rio Grande, de 23 imigrantes japoneses,
jovens (de 17 a 26 anos) e solteiros, que chegaram, a bordo do navio
Brasil Maru, para trabalhar, principalmente na agricultura, em vários
municípios gaúchos. Esses são considerados
os pioneiros a vir diretamente do Japão para o Rio Grande
do Sul, no entanto, algumas famílias de imigrantes japoneses
já haviam migrado da região Sudeste para o extremo
sul do Brasil.
De 1956
até a extinção da migração sistemática
em 1963, desembarcaram diretamente do Japão um total de 1.786
japoneses no Rio Grande do Sul. Afirma-se que o primeiro japonês
em terras gaúchas foi o médico Yunosuke Nemoto, em
1920, e, algum tempo depois, Eito Asaeda (casado com brasileira)
em 1924, ambos vindos de São Paulo.
Em meados
da década de 1930, houve a tentativa da K.K.K.K. (Companhia
Ultramarina de Empreendimentos) de fixar 18 famílias japonesas
na região de Santa Rosa (RS), no munícipio de Horizontina.
A empreitada acabou não dando certo.
As cidades
gaúchas e catarinenses que se destacam pelo expressivo número
de nikkeis são: São Joaquim (SC), Frei Rogério
(SC), Ivoti (RS), Gravataí (RS), Pelotas (RS), Santa Maria
(RS) Porto Alegre (RS), São Leopoldo (RS), Gravataí
(RS), Viamão (RS), Carazinho (RS) e Passo Fundo (RS). Em
sua maior parte, os japoneses e seus descendentes estão associados
à hortifruticultura e à floricultura.
Um exemplo
disso é a cidade gaúcha de Ivoti, a 55 km de Porto
Alegre. A cidade ostenta o título de Cidade das Flores
e dos Nipo-gaúchos. O início de tudo ocorreu
no ano de 1966, quando autoridades municipais destinaram terras
para 26 famílias de imigrantes, dando origem à colônia
japonesa da região, produtora de kiwi, uvas de mesa, hortaliças
e flores.
Em Santa
Maria, os primeiros japoneses chegaram em 1958. Eram cerca de 17
famílias, oriundas da província de Kumamoto. Na realidade,
esse grupo fazia parte de um contigente de 33 famílias da
mesma província, que haviam desembarcado no porto de Rio
Grande no ano anterior. Essas famílias foram levadas para
uma fazenda produtora de arroz irrigado na cidade de Uruguaiana,
mas, devido às péssimas condições de
trabalho, romperam o contrato e se dispersaram.
Na cidade
catarinense de Frei Rogério, os imigrantes e seus descendentes,
desde meados da década de 1960, dedicam-se à agricultura.
Atualmente, eles se especializaram na produção da
pêra asiática, conhecida na região como pêra
japonesa, introduzida no Brasil por esses imigrantes oriundos da
província de Nagasaki.
Em Frei
Rogério, existe um Monumento pela Paz, onde se encontra também
o Sino da Paz. Moldado em bronze há mais de 400 anos, ele
foi enviado pela Associação Internacional da Província
de Nagasaki em 1998.
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