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Caderno Pesca

Marlin-azul tem a primeira marcação eletrônica do Brasil
Sistema transmite, via satélite, dados como localização, profundidade e temperatura da água.

Sistema transmite, via satélite, dados como localização, profundidade e temperatura da água

(Texto: Alberto Ferreira de Amorim/Fotos:Divulgação)

Projeto de marcação é coordenado pelo engenheiro-depesca Fabio Hazin, doutor pela Universidade de Tóquio, por meio de um programa de cooperação científica com instituições americanas e brasileiras

Por onde andam os marlinsazuis? Peixes que podem chegar a mais de 636 kg (recorde mundial de pesca que pertence ao brasileiro Paulo Amorim) há anos intrigam pescadores esportivos, virando até tema de romances como O Velho e o Mar, de Hemingway. A história, baseada em fato real, conta a saga do pescador cubano Santiago, que, enfeitiçado pelo peixe, deixa-se arrastar por três dias em mar aberto. Também curiosos, cientistas norte-americanos encontraram meios de acompanhar, embora à distância, esses magníficos animais, com o desenvolvimento de marcas eletrônicas. A partir da década de 90, desenvolveu-se o modelo PSAT-Pop-up Satellite Archival Tag (que se desprende sozinho, com data programada). Sistema transmite, via satélite, dados como localização, profundidade e temperatura da água Ele transmite, via satélite, dados como localização, profundidade e temperatura da água.

A primeira PSAT colocada em marlim-azul no Brasil, em Canavieiras (Bahia), em fevereiro deste ano, teve problemas de funcionamento, não repassando os dados. A segunda tentativa, no dia 14 de março, na costa do Ceará, nos bancos oceânicos da cadeia norte (2º30’ S e 38º52’ W), teve sucesso.

Um marlim- azul de 3 metros aproximadamente marcado e liberado de bordo do espinheleiro Transmar III, pelo engenheiro- de-pesca José Carlos Pacheco, foi monitorado por 18 dias e, sem nenhum motivo conhecido, a marca se soltou. Pacheco, formado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é aluno de mestrado em “Recursos Pesqueiros” e coordenador do Laboratório de Tecnologia Pesqueira (Latep), da referida universidade.

Esse projeto de marcação é coordenado pelo engenheirode- pesca Fabio Hazin, doutor pela Universidade de Tóquio (Japão), através de um programa de cooperação científica envolvendo a Universidade de Miami (Flórida), a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), a Universidade Federal Rural de Pernambuco e o Instituto de Pesca, em Santos (SP). A marca, antes de se desprender do corpo do peixe no tempo programado, transmite as informações para o satélite Argus, que, por sua vez, as envia à Universidade de Miami. As informações sobre o comportamento do peixe marcado mostram uma tendência de maior permanência na coluna d’água até 50 metros de profundidade. Apenas em 5% do tempo total, o peixe desceu a 200 metros e, apenas uma vez, a cerca de 450 metros.

No dia 18 de novembro, com o apoio de pescadores esportivos do Iate Clube de Santos (www.icsantos.com.br), sob a coordenação do diretor de Pesca David Alhadeff, quatro lanchas saíram da sede de Ilhabela, do referido Iate Clube, para a marcação eletrônica de peixes de bico. Assim, mais uma marca foi colocada, desta vez, em um marlim- branco, pela lancha Attack, de Arthur Santos Netto, com a orientação do pesquisador Alberto Ferreira de Amorim, do Instituto de Pesca.

O projeto conta ainda com o apoio das seguintes instituições: Vivamar; Iate Clube do Rio de Janeiro; Costa Azul Iate Clube; Yacht Club de Ilhabela; Iate Clube da Barra do Una; Nupec; SBEEL e Museu do Mar. (*do Instituto de Pesca).


Serviços: Instituto da Pesca
www.pesca.sp.gov.br
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