Arquivo NippoBrasil - Edição 118 - 23 a 29 de agosto de 2001

Endometriose: Uma doença enigmática

(Dr. Tsutomu Aoki*)

Um dos maiores enigmas da ginecologia é, sem dúvida alguma, a Endometriose. Essa doença pode afetar a mulher desde a sua primeira menstruação até o período da peri-menopausa em 2 a 10% de toda a população feminina; 30% das pacientes portadoras de dores pélvicas crônicas; de 30 a 50% das pacientes que são inférteis (mulheres que não conseguem engravidar) e 50% das que apresentam a cólica menstrual.

Afinal, o que é a endometriose? A endometriose ocorre quando uma estrutura semelhante à camada menstrual localiza-se fora do seu local habitual, que é na parte interna do útero, e que responde às ações hormonais do ciclo menstrual, provocando muitas vezes intensas cólicas menstruais, incapacitantes para o exercício de suas funções habituais, dores nas relações sexuais e, às vezes, dificuldade para engravidar espontaneamente.

Inúmeras teorias explicam a endometriose. As mais aceitas são: teoria da menstruação retrógrada, que é o refluxo da menstruação para dentro da cavidade abdominal, através das tubas uterinas; outra teoria aceita é a imunológica.

TIPOS
Existem três tipos de endometriose genital, conforme a sua localização e resposta aos tratamentos clínicos e cirúrgicos: peritoneal (na camada que recobre internamente o abdome); ovariana (cistos no interior do ovário) e septo reto-vaginal. No entanto, ela pode ocorrer em regiões extra-genitais, como no intestino, no trato urinário, no diafragma, no pulmão, no ouvido, na pele abdominal etc.

DIAGNÓSTICO
É realizado através do quadro clínico, exame ginecológico, exames laboratoriais - dosagem do CA 125, ultrassonografia pélvica abdominal e endovaginal, Dopller fluxometria colorida pélvica e a ressonância nuclear magnética. A videolaparoscopia é um exame fundamental para o diagnóstico, para a sua classificação e para o tratamento cirúrgico da endometriose.

TRATAMENTO
Feito o diagnóstico, institui-se o tratamento cirúrgico e clínico, visando à redução dos sintomas dolorosos, a interrupção da progressão da doença, bem como a tentativa de restituição das condições ideais para a fertilidade; quando estas não forem possíveis, indica-se a fertilização “in vitro” – bebê de proveta.


*Dr. Tsutomu Aoki
É médico ginecologista e obstetra, professor-assistente da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, chefe da Clínica de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, diretor do Instituto Aoki de Medicina e Saúde da Mulher.
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