Pegue uma fita métrica e meça a circunferência
da cintura na altura do umbigo e a do quadril, junto ao seu osso
mais proeminente, o ilíaco. Se a relação
entre as duas medidas aproximar-se de 1, significa que você
tem uma maior concentração de gordura na região
da cintura, do que na do quadril. Este tipo de obesidade é
denominada obesidade andróide ou centrípeta, atinge
ambos os sexos. É o biotipo barrigudinho.
Segundo
o Dr. Simão Lottenberg, professor assistente da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, a provável
causa do aumento de peso concentrado no abdômen é
a resistência à ação da insulina. Esta
resistência decorre de defeitos genéticos, agravados
pelo sedentarismo e dieta hipercalórica e funciona como
uma incapacidade da ação da insulina no metabolismo
da glicose, obrigando o pâncreas a aumentar a produção
da insulina para cumprir sua função.
Por
exemplo, após uma refeição, o pâncreas
libera a insulina para estimular a captação da glicose
pelas células, onde será consumida como energia,
diminuindo a glicose no sangue (glicemia). No caso da resistência
à ação da insulina, essa diminuição
é pequena, o que exige o aumento da produção
da insulina.
Este
distúrbio facilita a obesidade pelo armazenamento da glicose
e pela fabricação de gordura também realizada
pela insulina, formando-se um ciclo vicioso: mais hormônio
é produzido, engorda mais e geralmente está associada
com o aparecimento do diabetes, da hipertensão e do aumento
das gorduras no sangue. Por isso que 70 a 80% dos diabéticos
são obesos e resistentes à insulina e grande parte
também são hipertensos.
Estas
doenças juntas aumentam o risco de problemas cardiovasculares,
como o infarto cardíaco e o derrame cerebral, principais
causas de mortes no município de São Paulo.
Portanto,
se o seu biotipo se enquadra no barrigudinho ou barrigudinha
procure o médico que no exame clínico medirá
sua pressão arterial e solicitará as dosagens de
triglicérides, colesterol e glicose. Saiba que é
necessário fazer uma dieta para emagrecer e exercícios
físicos regulares, além de uso de remédios
adequados prescritos pelos médicos.
Koshiro Otani - Médico do trabalho do Hospital Santa Cruz
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