Uma pesquisa divulgada recentemente pelo hospital Graffe &
Guinle, do Rio de Janeiro, detectou o crescimento no número
de atendimentos de pessoas com mais de 60 anos infectadas pelo
vírus da Aids.
Em vista desta
nova demanda, a Coordenação Nacional de DST (Doenças
Sexualmente Transmissíiveis)/ Aids do Ministério
da Saúde decidiu incluir a terceira idade nos programas
de prevenção e traçar estratégias
de distribuição de preservativos feminino e masculino
para este segmento da população. De um total de
210.447 notificações, 15.597 envolvem casos de Aids
na faixa dos 50 aos 69 anos.
O Ministério
da Saúde confirma um ligeiro aumento de casos da doença
na faixa etária de 50 a 79 anos, enquanto nas demais faixas
etárias a ocorrência mantém-se estável.
Entre 60 e 69 anos de idade, a prevalência da Aids subiu
de 7 casos por 100 mil habitantes em 1990 para 19 casos no ano
de 1998. Este aumento estaria relacionado ao aumento da expectativa
de vida da população, que conta com uma melhora
na qualidade de vida e estimulação para exercer
sua sexualidade.
O aparecimento
do Viagra e outros medicamentos aumentou a sexualidade da população
dessa faixa etária. Mas de maneira geral, houve também
uma falsa expectativa de cura da Aids e as pessoas se descuidaram
da prevenção e por conta disso aumentou o número
de casos, explica José Valdez Ramalho Madruga, infectologista
e integrante do Centro de Referência e Treinamento DST/
Aids, em São Paulo.
Pesquisas
do Ministério da Saúde também apontam para
um baixo uso do preservativo na terceira idade, uma atitude que,
segundo o médico Valdez, deve ser combatida. Quem
tem vida sexual ativa ou com mais de um parceiro é passível
de ter infecção. Mesmo tendo um parceiro fixo, não
se sabe se é fiel ou está contaminado. Mesmo dentro
do casamento, o sexo deve ser feito com segurança e com
uso de preservativo, alerta.
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