Desde a segunda
quinzena de outubro, pesquisadores brasileiros e japoneses, através
da Abjica (Associação dos Bolsistas da Japan International
Cooperation Agency São Paulo) e da Aichi Cancer
Center (ACC), trabalham na nova fase do Estudo Cooperativo Brasil-Japão,
projeto que visa a coletar dados referentes à incidência
do câncer gástrico entre a população
nikkei. A pesquisa espera atingir 300 famílias de descendentes
de japoneses residentes na cidade de São Paulo, em um total
estimado entre 1,2 e 1,5 mil pessoas.
Nós
vamos tentar definir a rota de transmissão da bactéria,
o modo de transmissão dela, que ainda não está
muito claro, porque existem muito poucos estudos. É importante
manter este intercâmbio, pois o Japão está
muito adiantado em relação ao Brasil. É interessante
que este projeto seja divulgado, pois estamos chamando as pessoas
a contribuírem, uma vez que a participação
é voluntária, afirma Lucy Ito, médica
e bolsista da Jica na área de epidemiologia e prevenção
do câncer.
A infecção
gástrica provocada pela bactéria Helicobacter pylori
(HP) é hoje um dos maiores problemas públicos de
saúde do Japão e representa 17,9% das mortes decorrentes
de câncer. A doença ataca principalmente as partes
medianas e inferiores do estômago, e a melhor forma de prevenção
é através da redução do uso de sal
nos alimentos e maior ingestão de frutas.
Segundo Manami
Inoue, pesquisadora da Divisão de Epidemiologia e Prevenção
do Instituto de Pesquisa em Câncer de Aichi, no Japão,
e que esteve no País para o 1º Encontro Internacional
Brasil-Japão em Câncer Gástrico, que aconteceu
no dia 9 deste mês na Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo, a incidência do tumor entre os japoneses
tem se mantido, após acentuado crescimento nas últimas
décadas. O motivo seria a alteração no estilo
de vida e, principalmente, na alimentação. Em
termos de dados estatísticos e números, o Brasil
ainda é muito deficiente. A idéia é passar
para todos que é importante fazer um acompanhamento. Não
adianta somente diagnosticar. Tem que se obter esses dados e fazer
um estudo científico, declarou.
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