Recentemente,
a notícia de que a terapia de reposição hormonal
(TRH), comumente utilizada pelas mulheres para combater os sintomas
da menopausa, estaria relacionada com o aumento do risco do câncer
de mama e doenças cardiovasculares, assustou todo mundo,
principalmente àquelas que fazem uso do método.
A reposição
é conhecida por aliviar os sintomas negativos típicos
da fase oscilações do humor, ondas de calor,
ressecamento vaginal, perda de massa óssea causados
pela diminuição gradativa da produção
dos hormônios estrógeno e progesterona. Os tratamentos
podem ser feitos apenas com a utilização do estrógeno,
com as duas substâncias administradas em períodos
alternados ou terapias com os dois hormônios.
A pesquisa,
patrocinada pelo governo americano, envolveu a terapia combinada
(estrógeno e progesterona) e contínua (uso diário)
por via oral, administrada durante cinco anos em pacientes com
média de 63 anos. O estrógeno utilizado era extraído
da urina de éguas grávidas o estrógeno
conjugado eqüino que não é tão
adotado no Brasil quanto nos Estados Unidos. Esse método
aumentou em 29% o risco de ataques cardíacos e 26% o de
câncer de mama.
Diante
dessas revelações, a dúvida que fica para
as mulheres que já fazem TRH é: devo ou não
continuar? As mulheres devem, sem angústia ou pressa
- apesar dos números impressionarem, o risco adicional
é pequeno - procurar seu ginecologista para reavaliar a
questão da reposição. Esta precisa ser feita,
individualizando-se cada caso, com seguimento constante,
orienta José Aristodemo Pinotti, professor de ginecologia
da USP.
Pinotti
aconselha mulheres com idade acima de 55 anos, que estão
usando reposição por mais de 4 ou 5 anos, por via
oral, semelhante ao tipo de método estudado, interromper
a medicação. No caso daquelas com doenças
cardiovasculares, a recomendação é tentar
métodos alternativos e se ater a mudanças de hábitos.
Mas atenção: tudo deve ser feito sob orientação
médica (nada de suspender a medicação por
conta própria, procure seu ginecologista!!).
Na
verdade este estudo condenou um tipo de TRH dentre muitos, que
foi o estrógeno conjugado eqüino associado à
medro progesterona diária. Temos no mercado vários
outros esquemas, e o que aconselhamos às nossas pacientes
é o Estradiol (um outro tipo de estrógeno) e a progesterona,
para as mulheres que têm útero, pois ela serve somente
para proteger o endométrio. A TRH continua trazendo benefícios,
e quando bem indicada, continuamos aconselhando o seu uso,
tranqüiliza a médica Marianne Pinotti.
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