O câncer
de estômago é o segundo tipo mais comum em todo o
mundo. As taxas mais altas são encontradas no Japão,
América Central e do Sul e no Leste da Ásia e já
está comprovado que o estilo de vida, principalmente a
alimentação, é fator decisivo para a doença.
O médico Marcelo Tanaka, da clínica Oncoterapia,
especializada no tratamento de câncer em São Paulo,
explica que os hábitos alimentares ainda são fatores
fundamentais para o desenvolvimento de câncer de estômago
na população brasileira. A maioria dos casos
são provocados por hábitos alimentares, fumo, álcool,
poluição ambiental e estresse, diz.
A alimentação
desregulada é responsável por cerca de 35% dos casos
registrados e o excesso de gordura também pode provocar
outros tipos de tumores, como o de mama, nas mulheres, e de próstata,
nos homens. O médico completa que até mesmo o hábito
de fumar aumenta as possibilidades da doença, mas o fator
primordial ainda está localizado no controle alimentar.
O oncologista avisa que a forma de conservação dos
alimentos com nitrito e nitrato (muito utilizados na preparação
dos embutidos), a alta concentração de gordura animal
e a forma de preparo (fritura) aumentam o risco.
No
Japão há uma grande incidência de tumores
de estômago. Isso se deve à dieta e conservação
da comida oriental. A ingestão de alimentos preservados
no sal ou defumados e com condimentos envolvem, na sua preparação,
a produção de nitrosaminas que são potencialmente
carcinogênicas. Além destes fatores dietéticos,
outros também são considerados de alto risco: ingestão
elevada de amido e uso escasso de vegetais e de frutas frescas
e baixa ingestão protéica. Os japoneses, por consumirem
maior quantidade de alimentos conservadas em sal como o peixe
e alguns vegetais, apresentam risco elevado para desenvolver o
câncer de estômago, explica Tanaka.
No
Japão, verificou-se que há uma correlação
positiva de tumores de estômago com determinados tipos de
alimentos, assim como picles, feijão fermentado e sakê.
Por outro lado, alguns alimentos são considerados fatores
protetores: como o chá verde (os extratos polifenólicos
encontrados no chá são reconhecidos por terem efeitos
anticarcinogênicos em animais), o alho e toda a família
da cebola, além de alimentos ricos nas vitaminas C e em
betacaroteno.
Segundo
o médico, a melhor maneira de prevenir a doença
é evitar a ingestão de alimentos gordurosos, frituras,
embutidos e encher o prato com alimentos mais saudáveis,
como frutas, legumes, verduras e alimentos integrais.
O tratamento
cirúrgico é o único método capaz de
curar o câncer de estômago e, como nos outros tipos
de tumores, quanto antes a doença for diagnosticada, maiores
são as possibilidades de cura. Nos estágios
1 e 2 há mais de 90% de chances mas, infelizmente, apenas
15% dos casos são tratados nesta fase. A maioria dos doentes
só conseguem diagnosticar o câncer gástrico
em estágios avançados o que pode acarretar na extensão
da doença para outros órgãos, detalha.
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