Quem
não sofre de zumbido e tem algum conhecido que reclama
de um barulho incômodo, incessante, contínuo e lhe
pergunta se também não está ouvindo o mesmo
som, antes de começar a caçoar da pobre
pessoa, saiba que o assunto pode ser mais sério do que
você imagina.
Segundo
Tanit Ganz Sanchez, otorrinolaringologista, professora da Faculdade
de Medicina da USP e coordenadora do Grupo de Apoio a Pessoas
com Zumbido (GAPZ), apesar de no Brasil não existirem estatísticas
confiáveis, tomando-se como base os dados dos EUA no qual
17% da população tem alguma forma de zumbido, no
País isso equivaleria a cerca de 28 milhões de brasileiros
com o mesmo problema. Entre os portadores de zumbido, cerca de
80% não se incomodam com o sintoma e apenas 20% têm
dificuldades para dormir, se concentrar nas atividades diárias
e manter o equilíbrio emocional.
O zumbido
auditivo pode ser definido como qualquer som que uma pessoa
escuta, mas que é criado dentro do seu ouvido, e não
do meio ambiente. Pode ser um chiado, apito, barulho de cachoeira,
sino, grilo, entre outros sons.
Conforme
explica Sanchez, o zumbido não é uma doença
e sim um sintoma. Ele pode ser causado por problemas do próprio
ouvido, como exposição a ruído, perfuração
do tímpano, acúmulo de cera, otosclerose; ou estar
relacionado a doenças como anemia, diabetes, pressão
alta, colesterol alto, problemas de tireóide e até
mesmo traumas emocionais.
Entre
as causas do zumbido, algumas são curáveis, outras
são parcialmente tratáveis e outras incuráveis,
portanto tudo depende do que for encontrado no exame físico
do paciente e nos exames complementares, explica Sanchez.
É possível prevenir o zumbido quando as causas estão
relacionadas a doenças metabólicas e a exposição
ao som, o que envolve cuidados com a dieta, prática de
exercícios físicos e cuidado com excesso de ruído.
Para
as situações em que a origem do problema parece
ser difícil de ser reconhecida, existem alguns medicamentos
que aliviam a sensação de zumbido. Se o paciente
com zumbido apresenta associado um grau considerável de
surdez, o uso de aparelhos de audição convencionais
costuma dar resultados, desde que sejam adaptados por profissionais.
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