Americo
K. Kitahara*
A
plástica das pálpebras é umas das cirurgias
mais realizadas no mundo inteiro e tem como principais objetivos:
1)
criar a segunda dobra da pálpebra superior.
2)
retirar o excesso de pele e gordura que vão aparecendo
com o decorrer dos anos, levando a perda da segunda dobra.
Muitos
pacientes que não possuem a dobra palpebral, principalmente
na raça amarela, e se submetem a ocidentalização,
também conhecida em japonês como cirurgia de futae
mabuta, com o objetivo estético de criar artificialmente
esse detalhe.
Do
mesmo modo, as pessoas que possuiam (ou não) essa dobrinha
palpebral, mas que com o tempo ficaram menos visíveis pela
sobra de pele e gordura nessa região, também sentem
a necessidade de recriá-las. Além do que, nessas
condições ocorre queda das pálpebras superiores,
chamado de ptose palpebral, ou ainda uma inversão dos cílios
para a córnea (entrópio). Neste caso, a cirurgia
tem o objetivo não só estético mas reparadora
também, sendo conhecido como blefaroplastia.
Até
há 4 ou 5 anos utlizavam-se as mesmas técnicas clássicas
para ambos os casos, isto é, fazendo-se um corte na pálpebra
superior, retirada do excesso de pele e das bolsas de gordura
e sutura formando a dobra. Porém, um cirurgião chamado
Boo-Chai descreveu uma nova técnica de ocidentalização
palpebral no qual são dados apenas 3 pontos na pálpebra
superior, unindo a pele com o tarso (não sendo necessário
se fazer incisão grande), criando-se assim a dobrinha.
Esta
técnica tem diversas vantagens com relação
à convencional, entre elas, a simplicidade e rapidez (cerca
de 15 minutos para as duas pálpebras superiores), ausência
ou menor quantidade de hematoma e edema e, portanto, uma recuperação
mais rápida e, o mais importante, a reversibilidade dessa
conduta se for num período curto (cerca de até 2
a 3 semanas após).
Atualmente
no Japão, é a técnica mais usada para esse
tipo de cirurgia. Todavia, ela tem as suas indicações
precisas e apenas pacientes jovens (até no máximo
de 25 a 30 anos) com mínimo de excesso de gordura e pele
podem se candidatar a esse procedimento.
Para
finalizar, gostaria de salientar que em quaisquer cirurgia (inclusive
na blefaroplastia clássica) existe riscos de insucessos
também que podem ocorrer por indicação imprecisa,
falha técnica ou por associação de ambos.
E, o cirurgião deve conhecer as diferenças constitucionais
da pele de indivíduos de diversas raças para não
usar as mesmas técnicas entre eles o que poderia ser um
fator de falha no resultado final.
* Americo
Kiyoshi Kitahara, 37 anos, formado na Escola Paulista de Medicina
em 1989, fez dois anos de residência médica (1990 e 91) em Cirurgia
Geral no Hospital das Clinicas da FMUSP e ficou 10 anos (março
de 1992 a abril de 2002) no Departamento de Cirurgia Plástica
da Universidade de Kyoto, onde inclusive terminou o Doutorado
em 1998.
|