(Fotos:
Divulgação)
Num
verdadeiro roteiro histórico, o lugar é um dos mais
atraentes dentro da natureza privilegiada do vilarejo chamado
Asuke, no interior da província de Aichi. Em particular
no outono, o kooyoo (mudança de cor das folhas para os
tons de amarelo e vermelho) é muito apreciado pela beleza
da árvore momiji da família das aceráceas.
Nesta
época do ano, os turistas costumam fazer o momiji-gari
coleta de folhas do momiji- e escolhem recantos como o
Korankei para um gostoso piquenique. Nesse parque é permitido
levar lanches e desfrutar seu próprio obentoo (marmita),
enquanto se deslumbra com a natureza. Para dar início ao
passeio é conveniente escolher roupas e calçados
confortáveis, próprios para longas caminhadas. Afinal,
há muito o que apreciar.
A história
de Korankei inicia-se em 1624, quando um desconhecido começou
a plantar, pé por pé, as árvores do momiji.
Hoje, enquanto se passeia pelos caminhos naturais, percebe-se
pelos imensos troncos das árvores que elas são mesmo
centenárias. A partir daí, o vilarejo que abriga
o parque, Asuke, decidiu aumentar o número de árvores
e transformá-lo num recanto turístico.
Além
da beleza das árvores e das diversas trilhas do parque,
o que chama a atenção de adultos e crianças
são as águas límpidas do pequeno e raso rio
Irogawa, cortado por pontes vermelhas, que dão um charme
oriental e especial ao lugar. É esse cenário que
fascina artistas como os poetas de haikai que gostam de contar
as nuances de Korankei desde os tempos antigos, ou ainda fotógrafos
e pintores, cada um procurando um ângulo especial para colorir
os seus trabalhos.
Não
é só o vermelho do momiji que encanta os turistas.
Há também muitas árvores ichiyo (folhas com
formato de leque), que no verão são muito verdes
e no outono, amarelas. Há várias delas - todas centenárias
- espalhadas pelo parque e pelos jardins dos templos.
Templos
e artesanato
O
shintoísmo era a religião oficial do Japão
e anterior ao budismo. Em Korankei, entre os templos, há
o Asuke Hachimangu, construído em 1466. Mas, anterior a
ele, o destaque fica para o Asuke Jiro Shigenobu Jinjya, de 1331,
cujo prédio já foi reconstruído de forma
fiel à época em que se cultuava o senhor feudal
Shigenobu. Os dois são fechados ao público, mas
vale a visita para ver sua arquitetura histórica.
Mesmo
os não-budistas que vão ao parque aproveitam para
fazer suas orações a fim de evocar a concretização
de seus pedidos. Diz a lenda que o deus de Koujaku-Ji (templo
budista) é poderoso e há uma placa com os seguintes
dizeres: fazendo a oração com fé no
coração, o seu pedido será atendido.
O altar
do templo pode ser visto de uma pequena fresta. Do lado de fora,
há uma espécie de caixa onde se depositam moedas
de qualquer valor. Segundo o ritual ali descrito, o pedido será
atendido seguindo-se os seguintes passos: juntar as mãos
em forma de oração, olhar para o altar, fazer o
pedido, abaixar a cabeça e orar.
O Koujaki-Ji
é datado de 1427 e a beleza de sua arquitetura e jardim
chamam a atenção dos turistas, o que faz desse lugar
um ponto obrigatório para fotografar. O oboo-san (monge)
também fica lá, de guarda o dia todo para orientar
os visitantes e comercializar seus poemas e desenhos feitos em
carvão sobre washi, papel típico japonês.
A única
atração turística em que se paga o ingresso
é o Sanshu Asuke Yashiki, grande casa antiga onde os artesãos
mostram seus trabalhos tradicionais.Esse lugar foi conservado
para que pessoas das gerações recentes pudessem
conhecer e compreender como foi uma comunidade agrícola
da Era Meiji (1868-1912), seu sistema de trabalho e sua economia.
Lá, pode-se ver como era produzido um quimono (vestimenta
típica) através de um trabalho árduo executado
pelas mulheres.
Chinelos
típicos, artesanatos de bambu, trabalhos em laca, madeira,
confecção de sombrinhas de bambu e papel, produtos
de papel e carvão, produtores de facas e formas para tcha-wan
(tigela para arroz) e bandejas são trabalhos manuais que
fazem parte da herança familiar dos artesãos locais
e que foram repassados através de várias gerações.
Em plena entrada do século 21, é uma agradável
surpresa poder presenciar estes produtos que expressam a beleza
da estética oriental.
Para
quem curtir os brinquedos num belo parque de diversões
dentro da natureza, a dica é o Kuranageike Koen, e se preferir
patinar, vá ao Kuranageike Skate, ambos bem perto de Korankei.
Antes de voltar à sua cidade, lembre-se dos omiage (souvenirs).
Entre algumas opções de artesanato original estão:
lembrancinhas em formato de momiji, caixa de manju (doce de feijão)
ou ainda, as conservas com sabor típico da região.
|