(Fotos:
Divulgação)
Um
mundo de águas claras e belezas naturais
Você
logo sente a diferença quando chega a Sapporo, a maior
cidade de Hokkaido e a quinta no Japão. A primeira grande
diferença com outras metrópoles japonesas são
as grandes alamedas. Ao contrário de cidades antigas,
Sapporo, fundada no final dos anos 1870 sob comando americano,
destaca-se. É improvável que os turistas de primeira
viagem não se entusiasmem com o local.
Um
passeio ao Parque Odori, o gramado coberto por uma manta de
flores, divide a cidade em duas: norte e sul. Localizado a poucos
metros da Estação Sapporo, este é um dos
parques e jardins mais belos da cidade. Outros dois que merecem
destaque são: o Parque Nakajima e, ao extremo sul da
cidade, o Parque Makomanai. Eles não tem os jardins mais
famosos do Japão, por outro lado a entrada é franca.
Não há cercados ou placas como mantenha-se
longe do gramado, e você não será
perturbado por aqueles guias que dão instruções
em megafones.
Bicicleta
Por
que não alugar uma bicicleta e seguir o Rio Toyohira,
que atravessa a cidade até próximo ao interior?
Andar de bicicleta seguindo a margem do rio é uma maneira
deliciosa de fugir da correria da cidade. O verão em
Hokkaido é bem fresco e menos úmido do que no
sul do país, você pode andar por horas sem se cansar.
A
vida noturna em Sapporo está concentrada em Susukino,
uma cidadezinha repleta de bares e restaurantes que empregam
nada mais, nada menos do que 25 mil pessoas.
Hora
de deixar Sapporo, mas antes, não esqueça de dar
um pulinho em Otaru, próximo suficiente da cidade grande
para se arriscar a se perder na sombra.
Perto
sim, mas em mundos bem diferentes se considerarmos a atmosfera.
Otaru é uma das poucas cidade históricas
de Hokkaido. Mas aqui, história sugere algo
bem diferente do seu sentido mais tradicional. Bancos com construções
centenárias e lojas de pedra, arquitetura única,
estão para Otaru assim como os templos milenares estão
para Kyoto. No início do século 20, foi Otaru
e não Sapporo que ficou em primeiro na economia crescente
de Hokkaido; seu porto era o centro comercial de grãos
que iam para a Europa e Rússia. Por volta de 1935, ocorreu
o fim do crescimento. As empresas mudaram para Sapporo. Hoje,
Otaru é uma cidade turística, vivendo de recordações
marcadas pelo tranqüilo canal onde um dia, foi movimentado
pelos navios de carga, por bares e restaurantes.
A
História de Otaru é, ao mesmo tempo, moderna e
mais antiga que a História do Japão como um todo,
pois a cidade manteve-se em destaque na época da Era
Jomon. Esses vestígios são encontrados no Museu
Otaru (Otaru Museum) do outro lado do canal. Melhor ainda, faça
uma visitinha a Oshoro, nos arredores a oeste de Otaru que leva
ao misterioso círculo de pedras de Oshoro.
Posto
de observação astronômica? Lugar de adoração?
Terra Santa? Ninguém sabe. Tudo o que se vê é
um círculo de pedras muito mal organizado medindo 33
metros de norte a sul, 22 metros de leste a oeste. É
o primeiro e o mais largo artefato desse tipo a ser explorado
no Japão.
A
viagem ao sul para Hakodate pede por duas calmas paradas. A
primeira é na cidade Ainu em Shiraoi. Há muitos
anos, por volta do século XIX, o afluxo de colonizadores,
habitaram Ainu calmos, caçando ursos, pescando salmões,
e adorando os deuses que viam em tudo o que era ser vivo. O
urso era o deus da montanha; o salmão, deus dos rios
e assim por diante. Hoje eles vivem em número reduzido
e sua língua está extinta. Ainu preserva o que
eles podem preservar de sua cultura em cidades aborígenes
como Shiraoi.
Onsen
A
segunda parada é em Noboribetsu. O maior onsen e, sem
dúvida, o maior fluxo de água mineral em toda
Ásia.
Hakodate
tem sua própria história a ser contada: foi um
dos primeiros portos ao longo de Yokohama e Nagasaki para ser
aberta às pressas ao comércio externo em 1859.
A cidade tem apresentado um ar cosmopolita desde então,
mais visível hoje no Old British Consulate, no Chinese
Memorial Hall, no Halistos Greek Orthodox Church, e no Trappistines
Convent, famosos por sua bala e manteiga.
O
monte Hakodate só tem 335 metros de altura e ainda no
topo, um posto de observação da Segunda Guerra
hoje propicia uma paisagem noturna magnífica.
Não
vá embora sem antes passar na feira de Hakodate, aberta
desde às 5h até o meio-dia, exceto aos domingos,
onde se pode notar o caos do mercado de peixes, os alimentos
secos, o fast-food, o barulho e, como dizem, um dos melhores
preços em todo Japão.
Oito
minutos de trem a nordeste de Sapporo encontra-se a segunda
maior cidade de Hokkaido, Asahikawa. Agora estamos na área
montanhosa da ilha. Asahikawa é interessante àqueles
visitantes de primeira viagem como um ponto de encenação
às expedições, perto do Parque Nacional
Daisetsuzan, o maior parque do arquipélago e o teto
de Hokkaido, que tem 2.290metros. A temporada de esqui vai até
junho.
A
paisagem no alto do Asahidake faz, de um dia de escalada, um
dia muito agradável. O pé da montanha está
repleto de pequenas flores silvestres. A medida que você
sobe, a beleza do caminho das flores dá lugar a um clima
sombrio: o borbulhar das poças de enxofre e rochas nuas.
O cheiro de ovos apodrecidos lhe acompanham pelo caminho. O
cume, às vezes, fica coberta pela névoa.
Ao
sul, descendo de Daisetsuzan termina na planície Tokachi,
o coração industrial de Hokkaido. Seria difícil
imaginar uma paisagem maior não japonesa. Rebanhos de
vacas, um raro sinal em outra localidade no arquipélago,
pastam na vasta fazenda de 65 hectares da área. Compare
isso com o típico 0.8 hectare da fazenda Honshu.
A
leste de Tokachi está o porto de pesca de Kushiro. O
Parque Nacional Kushiro Marshlands, nomeado Monumento de Vida
Nacional estende-se ao norte ao longo da superfície pelo
rio Kushiro, um paraíso aos pássaros emigrantes
e habitat de inverno às garças vermelhas japonesas.
Elas observam a região com suas longas pernas, apontando
o bico, o corpo branco e preto, com uma coroa de plumas vermelhas
na cabeça. Quarenta anos atrás, elas estavam à
beira da extinção. Observe-as agora, enquanto
dá um passeio pelo bosque.
Uma
hora de carro de Kushiro leva-o ao Parque Nacional Akan e a
seus três lagos: Akan, Kussharo e Mashu. Entre os Lagos
Kussharo e Mashu, encontra-se o Monte Io. Este é um vulcão,
e sim, ele está ativo. Na verdade, o parque todo é
um caldeirão de atividade vulcânica do passado
e do presente. O lago Akan foi formado pela erupção
do monte O-Akan há muito tempo e hoje está dormente.
No centro do lago Mashu você irá notar o topo do
vulcão submerso chamado Kamuishu.
O
lago Mashu é, simultaneamente, um dos mais límpidos
e mais obscuros lagos do mundo. Num dia de sol, você consegue
ver até 40 metros de profundidade. Mas a neblina na montanha
é densa e, a menos que você seja uma pessoa de
muita sorte, você se verá cercado de névoa.
De
Akan, para o extremo norte da Península de Shiretoko.
Shiretoko, na linguagem de Ainu significa fim
do mundo e isso é exatamente o que se sente. Não
há nenhuma estrada que conduza ao interior da península.
Aqueles que gostam de fazer trilha, traçam seu próprio
caminho a partir da estrada costeira e devem estar atentos,
pois lá, naqueles bosques, pode-se deparar com um urso.
Hokkaido
é o outro Japão. É a principal
ilha ao norte do arquipélago; vasto, quase intacto até
150 anos atrás. Mesmo hoje, há uma fronteira para
esta remota região. É como se cidade e campo respirassem
o mesmo ar. Você viaja a todo lugar no Japão para
reviver o passado e vai a Hokkaido para escapar disso.