O Castelo de Matsue tem mais de 400 anos
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(Reginaldo
Okada)
Matsue - A
província de Shimane não figura nos guias turísticos
como um dos pontos mais badalados do país e pode passar
completamente desapercebida da maioria dos estrangeiros que vivem
ou que visitam o Japão. Tanto é que poucos deles
saberiam dizer onde está localizada. Mas, como em quase
todos os recantos do arquipélago, sempre há o que
se descobrir e se deleitar.
Shimane faz
divisa com Yamaguchi, Hiroshima, Tottori e com o Mar do Japão.
Nesta página na semana retrasada mostramos o fantástico
templo xintoísta Izumo Taisha e agora vamos conhecer a
sua capital Matsue. Uma aconchegante cidade onde a herança
cultural dos samurais é o grande atrativo turístico.
Mas não é só, a gastronomia, a natureza e
a história antiga também surpreendem quem a visita.
Passeio de barco no canal em volta do castelo
Castelo
original
O local onde
existe a atual cidade de Matsue foi estabelecido desde a antiguidade
como ponto central desta região, que viria a receber a
denominação de Izumo.
Matsue teve
grande impulso de desenvolvimento como sede do governo feudal.
No período Edo (1603~1868), ganhou algumas edificações
que se mantém intactas até hoje, como o castelo
e as casas dos nobres samurais em seu entorno. Também o
traçado urbano do centro, com ruas estreitas e recortadas
por canais, se preservou graças ao fato da cidade não
ter sido bombardeada durante a Segunda Guerra, como aconteceu
em outras localidades que perderam a arquitetura tradicional.
O Castelo
de Matsue foi construído em 1611, é um dos poucos
no país em estado original. Atualmente dentro dele funciona
um museu sobre a história e cultura dos samurais da região.
A torre da
fortaleza possui trinta metros de altura, divida em seis andares.
Do mirante do andar mais alto se tem um bela vista da cidade,
alcançando até o mar.
Vila
tradicional
Uma rua que
passa vizinha ao castelo, chamada Shiomi-nawate, é um ponto
de visitação importante. Nela, uma fileira de casas
centenárias que pertenceram a samurais estão abertas
à visitação pública, sendo possível
conhecer um pouco sobre do seu estilo de vida e costumes desses
nobres que serviam ao governo feudal.
Peças milenares do Museu
Yakumo-tatsu Fudoki-no-oka
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Museu dedicado ao escritor
Lafcadio Hearn
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Entre essas
antigas residências, uma se destaca pelo grande número
de visitantes. É onde atualmente funciona o museu Koizumi
Yakumo Kyukyo. Ela serviu de moradia para o escritor irlandês
Lafcadio Hearn, que chegou no Japão em 1890 para dar aula
de inglês e se tornou um grande divulgador da cultura nipônica
no ocidente, inclusive sendo o responsável pela pesquisa,
registro e revalorização de muitas lendas folclóricas
que já estavam sendo esquecidas pelos próprios japoneses.
O irlandês
se casou com uma japonesa e mudou o seu nome para Yakumo Koizumi.
Quase vizinho ao museu tem um outro local chamado Koizumi Yakumo
Kinenkan que expõem objetos que acrescentam informações
à história do escritor.
História
primitiva
Quem quiser
viajar um pouco mais no tempo e chegar até eras mais primitivas
da história japonesa deve visitar o Museu Yakumo-tatsu
Fudoki-no-oka. Ele possui um amplo parque onde existem antigos
túmulos em forma de morrinhos, cujos objetos encontrados
dentro dele, entre outros, estão expostos no museu. Alguns
são registrados como tesouro nacional. Ao ar livre há
uma reconstituição de uma casa no mesmo modelo das
que eram usadas pelos povos que por ali viveram há milhares
de anos atrás.
O museu fica
um pouco afastado da cidade. Na frente da estação
de trem Matsue JR tem ônibus com destino a Fudoki-no-oka.
O percurso é de 35 minutos.
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