(Reginaldo Okada /
Arquivo NippoBrasil)
Shimabara
- As termas naturais, existentes em grande quantidade no território
japonês, são uma das mais atrativas opções
turísticas do país. Ainda mais nesta época
do ano, como meio para amenizar o friorento inverno. Mas a água
quentinha que brota do subsolo tem um outro lado não tão
prazeroso de se pensar. Isso porque ela só é possível
devido a tenebrosa atividade vulcânica.
Na cidade
de Shimabara, na província de Nagasaki, o visitante poderá
conhecer ao mesmo tempo, e profundamente, o paraíso e o
inferno. Além de desfrutar de inúmeros onsen, também
terá uma idéia da verdadeira catástrofe produzida
pela erupção de um vulcão da região,
que durou cinco anos.
Os locais com nascentes de água termal tem aparência
de inferno
Cadeia
de vulcões
No meio da
península de Shimabara fica o Parque Nacional Unzen-Amakusa,
formado por um conjunto de montanhas, que na verdade são
vulcões ativos. Um deles, o Fugen-dake, com 1359 metros
de altura, entrou em erupção em novembro 1990 e
só parou de fumegar em fevereiro de 1995. Durante esse
tempo, quase 50 avalanches de rochas, pedras e cinza expelidas
pelo vulcão rolaram pela encosta da montanha e avançaram
sobre as cidades e vilas abaixo. Cerca de 2,2 mil casas foram
soterradas e as vítimas fatais chegaram a 44 pessoas.
Na encosta
do Fugen-dake a lava formou uma outra montanha com 1486 metros
de altura, que foi batizada de Heisei-shinzan.
Essa erupção
não foi a primeira, e presume-se que não será
a última. A 198 anos atrás um outro vulcão
aterrorizou os moradores. Desta feita foi a montanha Mayu que
explodiu e se desintegrou, perdendo grande parte do seu topo.
Banhos em água termais: o lado bom da atividade vulcânica
Museus
do vulcão
No museu Unzen-dake Saigai Kinenkan simulação
da avalanche causada pelo vulcão e cinema especial
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Toda a região
da península de Shimabara sofreu bastante nesse período
de erupções, mas atualmente já se recuperou
dos estragos e, surpreendentemente, os próprios vulcões
estão entre seus grandes atrativos turísticos. Existem
até dois museus cujos temas são a atividade vulcânica
na região e a recente catástrofe sofrida.
O museu Dosekiryu
Hisaikaoku Hozon-koen mantém em exposição
11 casas que foram soterradas pelas avalanches provocadas pelo
vulcão. O museu fica dentro de um parque chamado Mizunashi-honjin
Fukae, que tem ainda restaurantes, banho público de onsen,
lojas de artesanato, suvenir e produtos agrícolas.
Já
o recém-inaugurado Unzen-dake Saigai Kinenkan, chamado
em inglês de Mt. Unzen Disaster Memorial Hall, é
um museu interativo dotado de áudio-visuais de última
geração e arquitetura futurista. O maior atrativo
é a sala de projeção com uma tela curva que
dá a sensação de três dimensões
nas imagens de um documentário sobre a erupção
do Fugen-dake. O local onde fica a platéia se movimenta
seguindo os ângulos da câmera nos vôos sobre
o vulcão, provocando efeitos dignos da Disneyland.
Site:
www.udmh.or.jp
Para ir nos
dois museus pode-se tomar o ônibus da linha Shimabara-Gamadas
na estação de trem de Shimabara. Tem saída
a cada um hora. Ele passa primeiro no porto Shimabara-Gaikou,
que fica perto da estação de trem Shimabara-Gaikou,
e depois no museu Unzen-dake Saigai Kinenkan e faz ponto final
no Michi-no-eki Fukae.
Algumas
casas soterradas pela atividade vulcânica estão em exposição
Bairros de Onsen
Em vários
pontos da península existem bairros de termas naturais.
Um de fácil acesso é o Shimabara Onsen, localizado
próximo da estação de trem Shimabara-Gaikou.
Distante dez minutos a pé da estação fica
o hotel Shimabara Kowaki-en, uma ótima opção
de hospedagem. Ele fica na beira da baía Ariake-kai. Tem
banhos de água termal dentro do prédio e ao ar livre
com vista para o mar. A refeição noturna, com frutos-do-mar
da região, também é um dos pontos altos.
Site: www.shimabara-kowakien.com
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