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Arquivo NippoBrasil - Edição 202 - 16 a 22 de abril de 2003
Hirakata
Tranqüilidade na divisa de três províncias

(Texto e fotos: Arquivo NippoBrasil)

Quarta maior cidade da província de Osaka, Hirakata tem aproximadamente 403 mil habitantes, dos quais 4.012 são estrangeiros, boa parte deles, vinda da Europa, EUA e Canadá. Isto contrasta com o fato da maioria dos estrangeiros residentes no Japão ser oriunda do continente asiático, e para entender os motivos que levaram a esta curiosa situação é preciso conhecer um pouco da história de Hirakata.

Localizada no Vale do Rio Yodo, na fronteira entre Osaka, Kyoto e Nara, a região foi, no passado, um grande campo de caça da nobreza e da aristocracia japonesa. Mais tarde, com o contínuo desenvolvimento da rota que ligava à capital (Kyoto) ao maior porto japonês da época (Osaka), Hirakata passou a ser um importante entreposto comercial. Esta situação de preponderância econômica perdurou até a Segunda Guerra Mundial, quando Hirakata se destacou no cenário nacional como grande produtora de munição. Com o fim do conflito, no entanto, as fábricas ligadas à produção de artefatos bélicos foram desativadas e demolidas.

A iniciativa foi um subproduto da reforma que o general norte-americano Douglas MacArthur, comandante das tropas que ocuparam o Japão após a 2ª Guerra Mundial, punha em marcha no País, e seu objetivo, na região de Hirakata, era reorganizar a utilização do espaço físico e dar forma organizada a sua ocupação urbana.

Como resultado, deu-se início à construção de grandes conjuntos habitacionais na região. A medida tinha dois claros objetivos: injetar recursos na economia e criar emprego, duas medidas necessárias para a recuperação do País, seriamente debilitado após sua rendição.

 

Crescimento

Em conseqüência da construção de grandes conjuntos habitacionais, Hirakata passou a ser uma cidade predominantemente residencial. Sua população cresceu de 40 mil habitantes para mais de 400 mil em cerca de 45 anos, algo incomum para os padrões históricos japoneses.

Outro reflexo desta política urbana foi a implantação de seis universidades na cidade. Graças a elas e aos seus mais de 16 mil alunos, Hirakata possui uma população de estudantes universitários duas vezes maior que a média nacional.

Isto ajuda a entender o motivo pelo qual tantos europeus, americanos e canadenses residem em Hirakata em relação aos 422 brasileiros que lá vivem: comparada a outras cidades, a oferta de emprego é pequena, e vem, com efeito, diminuindo desde 1997.

Em outras palavras, embora existam indústrias na região, a demanda por mão-de-obra brasileira é relativamente escassa, concentrando-se no setor de bentoya (lanches prontos), plásticos, autopeças e madeireira.

Outro aspecto importante é a inexistência de lojas de produtos brasileiros na cidade. As compras dos mesmos, via de regra, são feitas quando o caminhão percorre a região, ou então via takkyuubin (serviço de entregas em domicílio).

A qualidade de vida dos brasileiros é relativamente boa quando analisada sob um aspecto social mais amplo.

Atividades esportivas, piqueniques, passeios, hospitais e centros comunitários estão à disposição dos interessados (veja relação), além disso há também uma página em inglês (www.city.hirakata.osaka.jp) com informações sobre os principais pontos turísticos da cidade.


Bem tratado

Valdemar Aiko, David Hayasaka, Alexandro Fukada e Fábio Yonaha citam a calma e a tranqüilidade de Hirakata como sendo um dos fatores que os levam a permanecer na cidade. O aspecto mais favorável, porém, são as boas condições de serviço que eles encontraram. Um detalhe importante: os brasileiros costumam ser bem tratados em Hirakata.


Os brasileiros José Amorim, Éverton Moreira, Marcelo Hatori e Wallace D´Andrea já se acostumaram com os ares da cidade.


Passeios

O Shiminnomori Park tem belos jardins e fontes, outra sugestão é o lago do Yamadaike Koen. Na primavera, não deixe de ver a florada das cerejeiras no Makino Koen. Confira também as ruínas do templo de Kuzuhanomiya, e a colina do templo Okamijinja. No outono, a pedida é o boulevard do Kori Housing Development, com sua folhagem avermelhada típica da estação.

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