Doença pode atingir todas as mamíferas, mas as cachorras
são seu principal alvo
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(Reportagem:
Suzana Sakai | Fotos: Divulgação)
Se
a sua cadelinha começou a preparar um ninho, anda com as mamas
inchadas e até mesmo um tanto irritada, preste atenção:
ela pode ter desenvolvido a pseudociese, popularmente conhecida como gravidez
psicológica.
Todas
as mamíferas podem manifestar essa patologia, no entanto, as cachorras
são o alvo principal da doença. Diversas espécies
podem desenvolver esse distúrbio. As cadelas estão mais
sujeitas à gravidez psicológica do que as gatas, pois apresentam
ovulação espontânea, ou seja, independentemente de
cruzar ou não. Já nas gatas, a ovulação é
induzida, ovulando apenas após o ato sexual. Dessa forma, cada
evolução corresponde à fertilização,
o que torna a gravidez psicológica rara, explica a veterinária
Ana Carolina Souza.
A
pseudociese ocorre como conseqüência de um distúrbio
hormonal, que, nas cadelas, se dá por um desequilíbrio do
hormônio progesterona. A pseudociese pode se desenvolver após
o término de um tratamento com progestágenos [hormônios];
durante um tratamento com progestágenos ou antiprogestágenos;
após um tratamento com prostaglandina; três a quatro dias
após a realização de uma ovariohisterectomia [castração]
durante o diestro. Todas essas situações se caracterizam
por exposição a progesterona e subseqüente queda desse
hormônio, afirma o veterinário do departamento técnico
da Vetnil, Douglas Willens.
Sintomas
A gravidez psicológica
é um distúrbio relativamente comum nas cadelas e pode surgir
de 6 a 14 semanas após o cio. Neste período, a cachorra
pode apresentar um comportamento materno, cujos sintomas incluem a produção
de leite e a adoção de objetos ou filhotes de outros animais.
Os sinais clínicos mais comuns da pseudociese são:
comportamento de ninho; adoção de objetos inanimados
ou de filhotes de outras fêmeas, com excessivo carinho, atenção,
proteção e defesa; lambedura do abdômen; agressividade;
distensão mamária; produção e secreção
láctea e ganho de peso, diz Douglas. Em alguns casos,
que podem parecer mais preocupantes, o animalzinho pode apresentar mal-estar,
aumento de volume abdominal, perda de apetite e vômito, completa
Ana Carolina.
Cuidados
Os
sinais clínicos da pseudociese apresentam uma regressão
natural após duas ou três semanas. Apesar disso, é
importante que sejam realizados alguns cuidados conservativos para preservar
o bem-estar do animal. Neste período, deve-se evitar que
o animal estimule a secreção láctea com a lambedura
das mamas (auto-amamentação), usando um colar protetor.
É importante a restrição de água por 5 a 7
noites. Como o acúmulo de leite nas mamas pode levar a sua inflamação
e infecção, é necessário dar uma atenção
redobrada à higiene, tanto do ambiente em que a fêmea vive
como da própria fêmea, acompanhado com um tratamento para
a secagem do leite. Os animais que apresentarem comportamento materno
exacerbado devem ter atenção desviada para a prática
de exercícios, orienta Ana Carolina.
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