Característica:
espécie chega a viver 80 anos
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(Reportagem:
Suzana Sakai | Foto: Divulgação)
Vida
longa e andar lento. Assim é o jabuti. Considerado um réptil
pré-histórico, ele se adapta bem ao ambiente doméstico,
desde que suas necessidades básicas sejam atendidas. Entre suas
principais características, destacam-se o jeito doce e a timidez.
São animais que raramente tentarão morder alguém
ou outro animal. São muito tímidos. Quando se sentem assustados,
eles se escondem dentro do casco. Alguns pedem carinho, procuram o dono
ou o cachorro, mas, no geral, ficam quietos no canto deles, afirma
o veterinário Lauro Leite Soares Neto.
Ambiente
Quem deseja
adotar um jabuti deve ter uma atenção especial com o ambiente
em que ele irá ficar. Um dos pontos que deve ser observado é
o acesso do animal à luz solar. Caso não seja possível,
deve-se utilizar lâmpadas específicas para répteis
que emitem radiação UVB, isso é muito importante
para o metabolismo de cálcio do animal, orienta Lauro.
Outro ponto
que deve ser controlado no ambiente do jabuti é a temperatura,
que deve variar entre 22°C e 28°C. Répteis não
são capazes de criar calor efetivamente, necessitando, assim, de
uma fonte externa, que pode ser fornecida por placas aquecidas no terrário,
ou lâmpadas incandescentes, explica o veterinário.
Segundo Lauro,
jabutis pequenos, de até 2 ou 3 anos de idade, devem ficar em terrários.
Depois que o animal passar de cerca de 10 centímetros de comprimento,
ele já tem condições de ficar solto num jardim, por
exemplo. Esse terrário deve ter o piso áspero, já
que o liso pode predispor o animal a luxações no joelho
e na bacia. Tapetes de grama artificial são a minha indicação.
Substrato de casca de árvore muito encontrada em pet shops
podem causar obstrução intestinal, pois os jabutis
comem tudo o que conseguirem colocar na boca. Além disso, o tapete
é grande o suficiente para criar o gradiente de temperatura,
ensina o especialista.
Alimentação
Os jabutis
são animais onívoros. O ideal é que pelo menos 50%
da alimentação seja composta por verduras escuras, além
de frutas e legumes. Em dias alternados, deve-se oferecer uma pequena
quantidade de proteína de origem animal, como carne, frango, ovo
cozido e queijo branco. O alimento deve ser oferecido em um recipiente
indestrutível. Já atendi animais obstruídos
por comer o prato de isopor junto com a comida, alerta Lauro.
Vida
longa
As espécies
mais comuns (o jabuti-piranga e o jabuti-tinga) chegam a viver 80 anos.
Já as espécies maiores, como o jabuti de Galápagos
podem passar dos cem anos. No entanto, eles possuem uma grande predisposição
para desenvolver doença ósseo-metabólica, causada
normalmente por má alimentação e pela ausência
de sol no ambiente. Outro problema que normalmente atinge os jabutis são
as obstruções intestinais, pois comem tudo o que há
pela frente, e os traumas, que ocorrem principalmente quando crianças
pegam o animal no colo. Problemas reprodutivos, diarréias
e infecções respiratórias também podem ocorrer.
Mas reforço: um ambiente adequado previne de 80% a 90% dessas doenças,
afirma o veterinário.
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Normalmente,
as pessoas tendem a confundir o jabuti, a tartaruga e o cágado.
Desses três animais, o jabuti é o mais fácil de ser
identificado. Em primeiro lugar, pelo fato de ser o único que é
exclusivamente terrestre. As características físicas também
permitem identificar o jabuti com uma maior facilidade. Ele tem o casco
mais alto e as patas parecidas com as de um elefante. É um
animal relativamente mais pesado e lento, conta o veterinário
Lauro Leite Soares Neto.
As tartarugas
e os cágados são mais parecidos. Um fato curioso é
que eles são animais bastante rápidos. Por serem espécies
semi-aquáticas, as patas transformam-se em nadadeiras, o que favorece
a hidrodinâmica. De forma generalizada, o que difere esses dois
animais é o fato de as tartarugas serem animais de água
salgada, enquanto os cágados são de água doce.
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