Trabalho
dos profissionais não deve ser atrapalhado pelo nervosismo
do proprietário do animal
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(Reportagem:
Suzana Sakai| Fotos: Divulgação)
Imagine que
tudo está tranquilo quando seu animalzinho ingere algum produto
químico que estava fora do lugar e começa a passar mal.
Ou que, durante um passeio noturno, ele seja vítima de um atropelamento.
O que fazer nesses casos de urgência? Sem dúvida, levá-lo
a um local que ofereça o pronto atendimento. No entanto, nem sempre
o veterinário de sua confiança atende emergências.
Aí é hora de procurar uma clínica 24 horas.
Apesar da preocupação
com o pet, é necessário que os donos observem, antes de
mais nada, se o estabelecimento escolhido é realmente de confiança.
Verifique se existe uma clínica confiável no bairro
ou nos arredores. Vale a pena pegar informações com amigos
que já tiveram que utilizar esses serviços e visitar o local
para saber se a clínica tem equipamentos para um atendimento urgente
e se tem pessoal treinado para isso. Via de regra, as clínicas
24 horas fazem atendimento normal durante o dia e essa é uma grande
chance de conhecer o trabalho do local, afirma o veterinário
Alexandre Satoshi Sano.
Como
funciona
Para saber
se clínica tem condições de atender o seu bichinho,
é preciso analisar se ela possui equipamentos e profissionais necessários
para um atendimento de urgência. A clínica deve ter
pessoal treinado e material para ser diferenciada das demais. Não
basta apenas atender 24 horas. Tem que ter estrutura, tem que ter pessoal.
Uma radiografia, um centro cirúrgico, uma sala de internação,
monitores cardíacos, oxímetros [dispositivo que mede a quantidade
de oxigênio no sangue do paciente] são fundamentais para
o atendimento, explica Alexandre.
A clínica
também deve contar com uma equipe especializada para atender casos
críticos com agilidade. Entre os profissionais, devem estar clínicos,
cirurgiões, radiologistas, ultrassonografistas, técnicos,
entre outros.
Outro ponto
que deve ser checado é se o estabelecimento é de confiança
do veterinário que acompanha o pet. Isso é importante
porque, muitas vezes, não há troca de informações
satisfatória para auxiliar no diagnóstico e no tratamento,
além disso, uma segunda opinião pode servir para tranquilizar
o proprietário, alerta o veterinário Dalton Ishikawa.
Sem
desespero
Antes de sair
em busca de uma clínica 24 horas, é preciso saber se o caso
realmente é de urgência. Em primeiro lugar, o proprietário
do animal deve utilizar o bom senso e saber o que significa uma emergência.
Um acidente, sem dúvida, é uma emergência; se um animal
diabético de repente apresenta vômitos, prostração
[abatimento], é evidente que se trata de uma emergência,
pois ele possui um antecedente, ou seja, é um paciente de alto
risco. Uma diarreia seria uma emergência? Depende; se for uma diarreia
seguida de sangue, realmente é preocupante e deve ser procurado
um serviço 24 horas. Um episódio de vômito não
seria, por exemplo, um caso de emergência, orienta o professor
do curso de veterinária da Universidade Metodista de São
Paulo (Umesp), Milton Kolber.
Na dúvida,
vale buscar informações com um especialista. Se possível,
deve-se contactar o veterinário responsável pelo animal
por telefone para auxiliá-lo na avaliação da gravidade,
antes de sair desesperado à procura de um hospital veterinário
24 horas, recomenda Dalton. Na minha opinião, a primeira
atitude do proprietário, independentemente da hora, deve ser ligar
para o veterinário de confiança. Este poderá atender
o animal em seu próprio consultório, ou encaminhá-lo
a uma clínica 24 horas, concorda Milton.
Outro ponto
importante é não permitir que o nervosismo atrapalhe o trabalho
dos profissionais. Quem procura tal serviço já sabe
o risco de morte que seu animal está correndo. Por isso, deve sempre
saber da necessidade do pronto atendimento e nunca dificultar
o trabalho do veterinário, ressalta Alexandre.
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