Foto: Cristina Izumi Sagara
|
Ou seja,
para viver trilhando o caminho zen, precisamos de desprendimento da ambição
e da ganância de apenas obter status social e financeiro, praticando
a humildade e a compaixão, não se deixando regrar por uma
vida baseada simplesmente em ganhos e perdas. Ao conseguir desprender-se
do apego material, a vida segue rumo num caminho harmônico e equilibrado...
o caminho zen.
Dentro do universo
zen, aprendemos a deixar de lado a superficialidade das aparências...
indiferentemente do fato de alguém observar ou não nossas
ações, independente se seremos elogiados ou não,
sem esperar por algum benefício em troca de nossas ações...
simplesmente fazemos o que há a ser feito.
Num templo,
o mestre desperta, e seu discípulo traz-lhe um bacia com água
fresca. Ao lavar seu rosto, o discípulo já o aguarda com
uma toalha... não houve ordem ou pedido, assim como não
houve palavras... apenas o encontro de sentimentos. O discípulo
desprendeu-se do eu egocêntrico e apenas colocou-se
no lugar de uma outra pessoa (que, por acaso, era seu mestre...). O mestre,
por sua vez, humildemente aceitou a gentileza de seu discípulo.
O mesmo acontece num ambiente familiar... Acordamos, e a mãe já
colocou o café-da-manhã na mesa... abrimos o armário,
e a roupa está lavada e passada... a mãe, ou quem o fez,
simplesmente o fez. São ações tão cotidianas,
mas que muitas vezes nem nos damos conta de quanto estas pequenas coisas
são parte essencial de nossa vida. Quando nos damos a chance de
perceber, então é o momento em que as emoções
se encontram... a sensibilidade apura a percepção, daí
surge o sentimento de gratidão e o verdadeiro entendimento.
Saber dar o
devido reconhecimento pelas ações alheias, poder alegrar-se
do fundo do coração com o sucesso alheio, sem se deixar
tomar pela inveja... é praticar a compaixão e inspirar um
aprendizado de valor imensurável. Não deixemos que sentimentos
mesquinhos nos impeçam de perceber a preciosidade de pequenas ações
e o valor que elas têm em nossas vidas e nas daqueles que estão
ao nosso redor.
|
Nós,
seres humanos, temos a tendência de achar que nossa opinião
ou nosso ponto de vista é o correto. Dificilmente damos o braço
a torcer para admitir que erramos, ou mesmo para aceitar opiniões
alheias. Aparentemente, damos ouvidos aos outros, mas... geralmente continuamos
achando que nossa opinião é a mais correta... já
não passou por isso!? Pois é... ficamos cegos pelo próprio
orgulho e, muitas vezes, deixamos de ver as coisas por ângulos diferentes,
por isso não encontramos, ou melhor, não enxergamos a solução.
Normalmente,
quando falamos que uma pedra rolou pela montanha, automaticamente imaginamos
que a pedra foi para baixo!? E se um vento soprar de baixo e mover a pedra
alguns centímetros acima que seja... a pedra rolou... para cima
e subiu a montanha!
A visão
zen do mundo nos permite considerar todas as possibilidades. É
uma simples questão de nos permitir ampliar nosso campo de visão...
uma simples questão de não nos deixarmos prender por conceitos
preestabelecidos e estereótipos. Assim, deixamos nosso espírito
sempre livre e, ao mesmo tempo, alerta para perceber e apreciar a cumplicidade
que existe com todos os seres, oculta nas ações simples
do nosso dia-a-dia... no encontro dos sentimentos, no encontro das emoções...
|