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Caderno Budismo

Prática e iluminação... Caminho e destino...
Foto: Divulgação

Zazen (meditação): prática deve ser realizada de forma incondicional e desapegada

Segundo o ensinamento Zen, prática e iluminação são, na verdade, uma coisa só. A prática não deve ser meramente um meio ou um caminho para se alcançar um objetivo, a iluminação. A prática (meio ou caminho) é, por si só, o objetivo (iluminação), assim como o objetivo (iluminação) por si só é a própria prática.

É comum pensar que prática e iluminação são coisas distintas e que uma sucede a outra, ou seja, que uma é resultado de outra. Entretanto, no Zen, a prática do zazen (meditação) é a efetiva “prática” e, ao mesmo tempo, a realização do “objetivo”. E, assim, uma vez que zazen é a prática e a realização, normalmente acaba se imaginando que deve haver ainda um objetivo (iluminação) além. Desta forma, ao se praticar zazen com o simples intuito de alcançar o satori (iluminação), a prática torna-se um mero recurso para se alcançar um objetivo e, assim, é até compreensível que muitos daqueles que praticam zazen acabem criando uma expectativa de alcançar algo como a iluminação. Mas reflitamos: se um indivíduo treina como roubar outros, isso não faz dele um ladrão, esse indivíduo torna-se efetivamente um ladrão no momento em que roubar algo de outro. O mesmo ocorre com o princípio prático zazen: a prática em si, em sua totalidade, é a efetivação do objetivo, a iluminação.

No ensinamento Zen, busca-se evitar o confronto de prática e iluminação quando se interpõem “desejos terrenos” que interferem na sensatez do pensamento. Toda e qualquer prática, assim como a própria prática do zazen, deve ser realizada pura e simplesmente, sem se deixar “manchar” por pensamentos alheios e livre de qualquer desejo egocêntrico, natural de nós, seres humanos. Ao praticarmos um caminho, devemos ser fiéis a nossa escolha e ao que este caminho nos proporciona, porém sem esperar chegar a um destino, ou seja, não trilhar meramente para chegar a um destino e, sim, crescermos com o que encontramos no percurso deste caminho.

Por volta do séc.VIII, na China, numa ocasião em que o mestre Baso Dôitsu, durante seu treinamento, praticava solitariamente o zazen, aproximou-se um mestre de artes que o interrompeu, indagando: “Meu caro, é admirável que o senhor fique aí praticando meditação, mas, afinal, o que espera conseguir com isto?”. Imediatamente, o monge respondeu: “A iluminação!”. Ao ouvir a resposta do monge, o mestre de artes surgiu com uma telha e começou a raspá-la numa grande pedra, quando o monge indagou por que fazia aquilo. “Vou polir esta telha na pedra e transformá-la num espelho!”. E o monge respondeu: “Por mais que você fique polindo esta telha ela nunca será um espelho! ?”. E então o mestre de artes fitou-o, dizendo: “Então, por que o senhor alcançará a iluminação praticando zazen?”. Esta é uma das histórias que ilustram e advertem sobre fazermos da prática um simples recurso para obter algo. Qualquer que seja nossa prática, que esta possa ser realizada de forma incondicional e desapegada.

Ao relacionarmo-nos com outras pessoas, sempre aprendemos algo e crescemos de alguma forma, e não é para crescermos que nos relacionamos. Buscamos ser pessoas melhores e desenvolvidas para que possamos desenvolver bons relacionamentos. Quando a experiência leva ao crescimento sem que este crescimento seja o objetivo, crescemos. Sem premeditar o objetivo de nossos atos, conseguimos pura e simplesmente vivenciar e, vivenciando, sem percebermos, a experiência passa a ser uma parte de nós. Nós, seres humanos, somos o somatório de nossas próprias experiências. Nosso crescimento é diretamente proporcial à nossa vivência. Que possamos ir fundo em nossas experiências e que possamos viver intensamente cada uma delas.

Cada prática é um aprendizado que não tem um objetivo a ser alcançado. A cada aprendizado, um passo à frente que damos para um destino sem limites, pois, cada passo dado, é um objetivo alcançado. Assim, cada um de nossos passos é, ao mesmo tempo, o ponto de chegada e o ponto de partida para o passo seguinte.

Cada novo dia sucede um outro dia... cada novo dia antecede um novo dia... como você vai viver seus dias?


Créditos:
O texto é uma compilação da coletânea de Shunmyo Sato, comentado por seu discípulo, bispo Dosho Saikawa, superintendente da Sotoshu na América do Sul e abade da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, Templo Busshinji. Tradução de Cristina Izumi Sagara.
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