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Divulgação
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Numa situação
como a descrita acima, se pararmos para refletir um pouco, caso o caqui
não esteja a gosto, devemos dar em troca um outro?
Há muito
tempo, num templo que ficava nas montanhas, vivia um bonzo que adorava
tofu (queijo de soja), e todos os dias pedia a seu jovem discípulo
para comprar o alimento. Entretanto, havia um velhote sovina que todos
os dias ficava à espera em frente ao portão e, sempre que
o noviço tentava sair, o velhote abria seus longos braços
e impedia sua passagem, perguntando: Ei moleque, onde vai?.
A situação repetiu-se por dias, e o noviço já
estava irritado com o velhote, quando resolveu contar ao bonzo e pedir
conselho sobre como dar uma lição no velhote sovina. O mestre,
então, pensou e aconselhou: Da próxima vez em que
ele lhe importunar, responda: Vou para o paraíso!.
Na manhã
seguinte, o noviço saiu todo confiante imaginando que, finalmente,
ia passar a perna no velhote. Como sempre, o avarento o esperava e, com
os braços, abertos perguntou: Ei, moleque... onde vai?,
e o noviço, sem hesitar e com o rosto radiante, respondeu: Hoje
vou para um lugar diferente... vou tomar a direção oeste!.
O velhote surpreendeu-se por um momento, mas continuou: O quê?
Para a direção oeste, é!? Humm, você andou
recebendo orientações do velho bonzo, não é...!?
E que lugar a oeste?, continuou. O noviço, todo confiante,
peitou o velhote e gritou: O Paraíso!. Entretanto,
o velhote era macaco velho e continuou perguntando: Vai lá
fazer o quê!?. E o noviço se desesperou, pois não
havia perguntado ao seu mestre a continuação. Enquanto isso,
o velhote rabugento continuava pressionando insistentemente: Quero
saber, fale, fale, fale! Se responder, então deixo você ir
ao Paraíso. Mas o noviço não tinha argumentos
para dar continuidade à sua prosa.
Aquilo que
tomamos emprestado nunca se torna algo nosso, pois o que é emprestado
sempre será algo emprestado. Para conhecer a sensação
de quente ou frio, é preciso experimentar a sensação
para que se torne algo realmente vivenciado. Não há conhecimento
sem dedicação e esforço. Sem isto, não há
amadurecimento.
Deseperado,
o noviço respondeu: Só quero ir comprar tofu!,
e pôs-se a choramingar.
Não
adianta ficar contando as moedas do mendigo, o que você ganha com
isso? Nem sequer um centavo... Não adianta ter ouvido um monte
de teorias, se elas não se tornam uma experiência sua. A
questão não termina na tentativa fracassada do noviço,
pois mais que o erro do jovem noviço, maior é o erro do
bonzo, que simplesmente deu ao noviço um caqui mais doce e maduro
quando o rapaz reclamou que estava amarrando a boca. Por que o bonzo não
ensinou ao noviço como fazer para tirar a adstringência do
caqui e deixá-lo doce?
Geralmente,
costumamos ouvir ou ler experiências e histórias alheias
e nos iludimos achando que adquirimos o conhecimento e a experiência
através deles. Entretanto, aquilo que adquirimos com dedicação
e esforço se incorpora à nossa vida, não pode ser
tirado de nós por nada ou ninguém e nos servirá pelo
resto de nossas vidas. Só se faz por merecer aquilo que batalhamos
para conseguir, e é por esse motivo que nossa prática se
faz necessária em todos os momentos. Não basta um conhecimento
superficial ou apenas teórico; enquanto não vivenciarmos
uma experiência, ela não será realmente nossa.
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