Tetsuo
Hori *
O
sistema de transporte de massa, como trem e metrô, torna-se
cada vez mais importante nas grandes metrópoles, quando
a poluição e os congestionamentos provocados pelos
veículos automotores deixam o nosso ambiente urbano cada
vez mais difícil de ser habitado.
É
importante lembrar que o sistema de transportes de passageiros
sobre trilhos desloca milhares de passageiros sem poluir e sem
congestionar as vias urbanas.
Por
que esse sistema evolui tão lentamente no Brasil? As empresas
estatais, como a Companhia Paulista de Transporte Metropolitano
(CPTM) e a Companhia de Metrô mal se sustentam, pois os
valores das passagens são insuficientes para tanto; e os
investimentos do governo, insatisfatórios.
A
privatização seria a melhor alternativa. A última
linha de ferrovia privatizada no Japão foi a Japan National
Railway (JNR), cuja companhia dirigia o trem-bala, inaugurado
em 1964, ano das Olimpíadas de Tóquio. A privatização
deu-se há 20 anos, com o nome de Japan Railway (JR) e transformou
esse sistema em um dos mais modernos e eficientes de trem-bala
do mundo.
Toda
privatização de companhias estatais traz grande
preocupação com a demissão de funcionários,
pois, normalmente, essas empresas estão "inchadas"
de funcionários indicados por políticos e também
por seus diretores.
No
caso das empresas privadas, elas podem atuar no ramo do comércio,
de serviços e investimentos, criando novas fontes de renda,
para as quais são necessários mais funcionários.
Foi o que aconteceu quando a JNR se privatizou como JR.
Do
ponto de vista da estruturação urbana, a Prefeitura
de São Paulo pode criar subcentros como renovação
urbana em áreas deterioradas, nas quais as linhas da CPTM
e do Metrô se integram, assim como com os terminais de ônibus
(incrementando cada vez mais os ônibus elétricos).
Com
investimentos imobiliários e serviços das empresas
de transportes nos ramos de hotéis, escritórios,
habitação, lazer etc., essas áreas dos subcentros
podem ser adensadas de forma estruturada, com planejamento naturalmente
projetado, realizado e controlado por órgão público.
A
grande vantagem dos adensamentos urbanos é o uso da infraestrutura
de forma mais racional, diminuindo os deslocamentos da população
e criando a relação habitação-emprego
em sua própria zona.
As
áreas para a criação de novos subcentros
planejados poderiam ser: Barra Funda, Pari, Vila Prudente, Santo
Amaro, Pinheiros, Lapa e outras. Existem, nessas localidades,
bolsões deteriorados e áreas de antigas indústrias
que poderiam ser renovadas e requalificadas urbanisticamente com
o sistema de trens e metrôs, o que facilitaria o desenvolvimento
de novos centros de desenvolvimento urbano, com bulevares, áreas
de lazer, habitação, comércio e serviços,
nas quais as empresas de transporte privado também poderiam
investir.
Assim,
as empresas de transporte de massa não atuariam somente
no transporte de passageiros, mas como um conglomerado de empresas
lucrando com a qualificação, a ordenação
e a modernização urbana.
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