Junji
Abe *
Tempos atrás, a cultura era tratada como artigo de luxo.
Essa visão tacanha é uma das causas de males que
tanto afligem a sociedade atual. Outra sandice é achar
que o povo não gosta de arte. Também não
pode haver preconceitos. Enquanto prefeito de Mogi, criamos oficinas
de rap, hip hop e dança de rua. O sucesso da iniciativa
destronou os que nos acusavam de promover ritmos da marginalidade.
Igualmente, enfrentamos descrédito para formar a Orquestra
Sinfônica Jovem Minha Terra Mogi com crianças pobres.
Os queixos caíram no primeiro concerto.
Depois, implantamos
uma Sala de Música sem igual na Escola Municipal Professor
Mario Portes, em Jundiapeba. Ouvi protestos de preconceituosos
com gente pobre. Besteira. Naquele espaço, os alunos constituíram
a Banda Sinfônica que coleciona prêmios em competições
no Estado. É uma minúscula amostra de ações
públicas que difundem a cultura, promovem a cidadania e
afastam menores da criminalidade.
Fiquei emocionado
ao reencontrar o professor Kleber Felipe, que ingressou no mundo
da música aos 10 anos, fazendo parte do Coral Canarinhos
do Itapety, criado quando fui prefeito. Hoje, ensina outras crianças
e adolescentes, vivendo da arte. Ele participou da homenagem ao
Dia das Mães, proporcionada pelas Orquestra Sinfônica
Jovem de Mogi das Cruzes, Orquestra Sinfônica mogiana, Orquestra
Sinfônica Jovem Minha Terra Mogi,Camerata de Cordas, Banda
Boigy e Quarteto de Cordas. Todas evoluíram de projetos
que implantamos.
A atual administração
ampliou muito as iniciativas culturais, multiplicando também
o público das artes. A Secretaria Municipal de Cultura
tem papel primordial para amparar todos os segmentos. Qualquer
que seja o governante, está impedido de retroceder. Veja
o presidente interino Michel Temer que tentou acabar com o Ministério
da Cultura. Voltou atrás.
É provável
que as iniciativas da Municipalidade sejam inúteis para
quem se compraz em esbanjar a retórica elitista. Mas, com
certeza, são reconhecidas por milhares de crianças
beneficiadas, suas famílias, por gente como o professor
Kleber. Ou ainda por Márcio Pial, um dos muitos integrantes
do hip-hop discriminado até a Prefeitura abrir espaço.
Hoje, ele é celebridade, ao lado de outros artistas, das
várias vertentes, que fazem de Mogi um incomparável
polo produtor e irradiador de talentos.
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