Junji
Abe *
Quando
a sociedade, com justiça, condena a corrupção,
acaba limitando as práticas corrosivas aos maus políticos,
empresários gananciosos e autoridades ímprobas.
Fato é que é a contaminação já
virou pandemia. O cotidiano está infectado por corrupção,
sob as mais diferentes formas e o único objetivo final
de obter vantagem. O efeito é sempre o prejuízo
de outros. É assim quando alguém fura fila, para
irregularmente em vaga de deficiente ou idoso, vaza o sinal vermelho,
dá um dinheirinho para o agente de trânsito ignorar
uma infração.
Corrupção
também significa o desvirtuamento de hábitos e costumes
que se tornam imorais e antiéticos, apesar não serem
ilegais. É assim quando alguém recebe um troco maior
que o devido, mas não devolve o excedente; finge dormir
no ônibus para não dar lugar à grávida
que acabou de entrar; limpa sua calçada jogando o lixo
na do vizinho; descarta coisas pela janela do carro, mesmo sabendo
que está facilitando enchentes e por aí afora.
A
corrupção na política precisa ser combatida
de todas as maneiras. Por isso, apoio integralmente as iniciativas
conjugadas da Justiça, Ministério Público
e Polícia Federal, implementadas na Operação
Lava Jato. Devem ser uma referência para quaisquer outras
ações corruptas com envolvimento comprovado de agentes
públicos e políticos. Mas, nós, a sociedade,
também temos de brecar transgressões cotidianas,
deixando o egoísmo de lado. A rede de malfeitos só
é interrompida quando surge a preocupação
real com o bem-estar do outro. Mesmo que ele não seja um
familiar ou do círculo de amigos. Basta ver a relação
entre os focos de acúmulo de água e a proliferação
do mosquito aedes aegypti. Falo do zelo para que nos tornemos
pessoas melhores, capacitadas para o convívio social.
A
responsabilidade é maior ainda para quem tem filhos. Disseminar
maus exemplos significa corromper gerações futuras.
Não haverá como cessar a corrupção
na política, se ela perdurar na sociedade. Pé de
goiaba não dá mamão. A pergunta básica
é: Minha atitude prejudica alguém? Se
a resposta for afirmativa, coisa boa não é. Também
é válido colocar questões para discussão
em família. Temos de resgatar o bom hábito de ensinar
o que é certo e o que é errado dentro de casa. É
uma missão do presente para resguardar o futuro. Vamos
cumprir com boa vontade e fé!
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