Junji
Abe *
Para
os adeptos contumazes do consumo diário de proteína
animal, cabe o alerta de que o baixo consumo de carne pode diminuir
a mortalidade global entre 6% e 10% até 2050. Além
das vantagens à saúde, a dieta menos carnívora
ainda pode cortar a emissão dos gases de efeito estufa
entre 29% e 70% em 34 anos.
Segundo o
líder da pesquisa, Marco Springmann, da Universidade de
Oxford, se a maioria da população mundial, tivesse
uma alimentação balanceada, com mais hortaliças
e frutas e bem menos carne especialmente, a vermelha
o planeta economizaria US$ 1 trilhão ou R$ 3,7 trilhões.
São cifras despendidas com assistência médica,
hospitalar e remédios. Excesso de carne, produtos industrializados,
ricos em açúcar e gordura, mas, pobres em fibras
e nutrientes, são as principais causas da obesidade, hipertensão
e altos índices de colesterol e triglicérides que
provocam outras doenças.
Apesar de
tantos motivos para rever o que come, cada brasileiro consome,
por ano, parcos 27 quilos de hortaliças e 57 quilos de
frutas. Significa uma quantidade de verduras e legumes quase seis
vezes menor do que aquela ingerida anualmente pelos italianos
(158 kg) e apenas um quarto do consumo anual de frutas registrado
pelo canadense (223 kg).
É admirável
a produção hortícola do País. No Alto
Tietê, é abundante e de alta qualidade. Mogi das
Cruzes ainda é o referencial brasileiro em tecnologia na
horticultura. Se a rotina alimentar do brasileiro passasse a privilegiar
vegetais e frutas, os produtores de Mogi e Região também
ampliariam a teia de benefícios sociais, gerando mais empregos
e renda, além de contribuir melhor com a arrecadação
tributária que deve voltar para a sociedade sob a forma
de investimentos em saúde, educação e outros
setores.
Nem pense
que apregoo o vegetarianismo ou o veganismo (dieta que exclui
qualquer derivado animal). Sei bem o quanto é gostoso saborear
um churrasquinho, de vez em quando. O que proponho é reduzir
o consumo de proteína animal. Ninguém morre se deixar
de comer carne uma vez por semana. As hortaliças são
terreno pródigo para substituições e bem
mais baratas. Vale tentar. Pelo bem da saúde, do bolso,
do meio ambiente, do planeta. Por melhor qualidade de vida.
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