Opinião
- Edição 580 -
Jornal NippoBrasil
Ano-Novo, tudo novo em 2011
Teruo Monobe*
Entramos
em 2011. Em todo início de ano, renovam-se as esperanças.
Mas, este ano é um pouco diferente devido à posse de um
novo governo que renova as esperanças de 190.732.694 cidadãos
brasileiros (de acordo com o último censo do IBGE), qualquer que
tenha sido a escolha nas eleições. Isso quer dizer que todo
brasileiro terá de torcer para que o Brasil continue trilhando
o caminho do desenvolvimento econômico, mesmo diante de um cenário
de crise mundial, que, infelizmente, vai demorar para acabar.
2011 é
o ano do Coelho no horóscopo chinês. De acordo com o horóscopo,
apesar de ser veloz, o ano do Coelho é calmo, ao contrário
do ano do Tigre, que é caracterizado pelas mudanças e alterações.
O ano é propício para seguir com calma as metas estabelecidas
no ano anterior. O leitor pode especular sobre as coincidências
havidas entre o que o horóscopo chinês disse sobre o ano
do Tigre e a situação do Brasil. Realmente, 2010 foi cheio
de mudanças e alterações, e o novo governo parece
querer seguir o que diz o horóscopo.
Os analistas
afirmam que a presidente não vai ter um mandato fácil, principalmente
em 2011. Supõe-se que esses analistas não devem acreditar
no horóscopo chinês. Realmente, na política tudo é
imprevisível, e apesar de o governo poder contar com a maioria
no Congresso, as dificuldades deverão ser muitas. Felizmente, nosso
propósito é comentar o aspecto econômico e financeiro,
como fazemos há 17 anos. E, além de acreditar um pouco no
horóscopo chinês, é claro que o ano não vai
ser calmo. Vai ser difícil em todos os aspectos.
O ex-presidente
FHC, ao proferir palestra no mês passado, defendeu a necessidade
de o País realizar um ajuste fiscal para permitir a redução
dos juros em meio a um cenário de pressão na inflação.
Disse o ex-presidente, que a política fiscal está
frouxa (...). O presidente Lula optou por aumentar muito o gasto corrente
com pessoal, criou cargos na administração federal, e não
optou por fazer investimentos. A observação é
legítima, e, mais, fazer o ajuste fiscal vai ser o primeiro grande
desafio do novo governo. Se bobear, poderá virar uma herança
maldita.
Disse também
o ex-presidente FHC, que a presidente terá que escolher entre uma
gestão racional dos gastos ou a continuidade de uma política
neodesenvolvimentista, no sentido de apertar o acelerador.
Mas, a escolha do presidente do Banco Central, um técnico da
casa, mostra que a presidente não vai pisar tanto no acelerador.
Acelerar ou pisar no freio é algo que vai ser possível constatar
já nos primeiros 100 dias de governo, ou nos planos que devem ser
divulgados. Só se espera que não venham os tradicionais
pacotes ou embrulhos.
Existem outros
grandes desafios. Já no primeiro trimestre, deve ser feita a concorrência
pelo trem-bala, que, convenhamos, não é prioritário.
No último ano deste mandato, acontece a Copa do Mundo, e o governo
vai ter de se preocupar já com a infraestrutura, os estádios,
e tudo o mais para que a realização da Copa não termine
em vexame. Vexame esse que seria apresentar ao mundo um País desorganizado,
corrupto e mal preparado. O futebol é um jogo com três possíveis
resultados, mas a gestão da Copa do Mundo, não.
Neste artigo,
fizemos um contraponto entre o calendário (ano) chinês e
o ocidental (calendário gregoriano). Os judeus que nos perdoem
por não estarmos mencionando o ano judaico, que começa em
setembro, daí não considerarmos neste comentário.
Todos esses principais calendários têm suas diferenças,
mas uma palavra é comum a todos: Paz. Se vai ser um ano calmo ou
não, isso vamos ver à medida que o tempo for passando. Mas,
Paz é algo que deve pautar todos os anos e todo o ano de 2011.
Shalom (Paz)!. Akemashite, omedetô!
*Mestre em Administração Internacional e doutor pela USP
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