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Arquivo NippoBrasil - Edição 001 - 14 a 20 de maio de 1999
 
As variedades das lanternas japonesas
Elas conquistaram espaço na decoração ocidental nos últimos tempos,
mas no Japão, sua história surgiu bem antes do século 16
 

Designs modernos conservam padrões mas acrescentam acessórios com as rodinhas

(Fotos: Divulgação)

Elegantes, charmosas, delicadas, exuberantes e funcionais, as lanternas japonesas merecem mesmo muitos adjetivos. Principalmente visto pelos olhos ocidentais. Se hoje em dia as tendências orientais estão estampadas tanto na arquitetura como na moda e ainda nos objetos como leques e quimonos, as lanternas então são cobiçadas há muito tempo. Bem antes do surgimento da eletricidade, os japoneses procuravam aproveitar as primeiras horas da noite através de velas caseiras e lanternas simples à base de combustível animal ou gordura vegetal.

No Japão, a utilização das lanternas difundiu-se rapidamente durante os períodos de Asuka (593-710) e Nara (710-794). A partir dali, foram surgindo tipos diferentes para adequarem-se a espaços e ambientes diversos. Foi preciso por exemplo, a criação dos ishi-dooro, para que as ruas começassem a ser iluminadas. Feitas de pedra, conta-se que até o século 16 essas lanternas eram vistas quase que exclusivamente em santuários budistas e shintoístas. Hoje, estilos baseados no ishi dooro são encontrados enfeitando jardins e parques.


Um modelo de
lanterna em bambu

Entre os inúmeros tipos que foram surgindo ao longo dos anos, um dos mais populares nos dias atuais são as lanternas feitas de papel. Chamadas de choochin, elas são portáteis – algumas dobráveis- e, apesar de serem bastante conhecidas em todo o mundo, sua popularidade só começou a partir do Período Edo, entre 1600 e 1868. No bairro da Liberdade, em São Paulo, algumas lojas especializadas em produtos japoneses vendem diversos choochin importados. Em vários tamanhos, cores e motivos, há também formatos arredondados e simétricos.

De tanta beleza e praticidade, as lanternas acabaram ganhando inúmeros designs. Alguns dos mais conhecidos são o tsuri-dooro (suspenso), odawara-joochin e yumihari-joochin (ambos feitos de papel e portáteis), gifu-joochin (estilo da região de Gifu), kasa-joochin (em formato de guarda-chuva), kago choochin (com adornos que lembram um cesto), além do kaku andon (fixo, e feito de madeira) e bombori teshoku (de mão, para ser carregado), e bajoo choochin, que , segundo lendas, era utilizado por cavaleiros.


Um típico Ishi-doro
feito de pedra

Sempre acompanhando as tradições japonesas, as lanternas até hoje desempenham um papel importante em algumas datas comemorativas do país. Na província de Yamaguchi, por exemplo, as proximidades do templo Tookooji é iluminado por milhares de lanternas, formando um caminho de luzes. A cerimônia é realizada (no mês de agosto em memória aos espíritos dos antepassados.

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