Fotos: Divulgação
/ Arquivo NB
A tatuagem é uma moda que atrai jovens de grandes metrópoles
do mundo todo. Entretanto, atualmente, a preferência é
pela tatuagem não definitiva. A tatuagem genuína
é reconhecida mundialmente como uma forma de arte corporal,
também chamada de estética da desintegração,
pois, por mais qualidade que tenha, desaparece com a morte da
pessoa tatuada.
Em registros coreanos do século IV, consta que
tanto homens quanto mulheres utilizavam tatuagens no rosto
e no corpo, costume que persistiu entre os ainus, povo
da região de Hokkaido
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A
história da tatuagem
Partiu do Egito e expandiu-se para todos os países a
prática de pintar rosto e corpo utilizando cores variadas.
A prática tinha um significado ligado a magias e a rituais
como comemorações de maioridade, casamentos ou
funerais. A palavra tatoo teria sua origem no idioma polinésio
(ta-tau). Supõe-se que todos os povos circunvizinhos
ao Oceano Pacífico possuíam a tradição
da tatuagem. Em 787, ela foi proibida pelo Papa, sendo considerada
um ato de selvageria. Por volta do século XVI, os holandeses
tiveram contato com esquimós, que tinham o costume de
se tatuarem, e os levaram até seu país, para expô-los
ao público. A Inglaterra adotou a tatuagem como uma forma
de identificação de criminosos em 1879. Depois
disso, a tatuagem ganhou uma conotação fora-da-lei
no Ocidente. Em 1891, Samuel OReilly desenvolveu um aparelho
elétrico para fazer tatuagem. Durante a Segunda Guerra
Mundial, a tatuagem foi muito utilizada por soldados, que gravavam
o nome da pessoa amada em tamanho pequeno em seus corpos. A
primeira convenção sobre tatuagem foi realizada
em Houston, Texas, em 1976.
E
no Japão?
Em registros coreanos do século IV, consta que tanto
homens quanto mulheres japoneses utilizavam tatuagens no rosto
e no corpo, costume tal que persistiu entre os ainus (tribo
indígena habitante da região de Hokkaido) até
pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Em registros do século
VIII, a prática da tatuagem é chamada de bunshin
e também era utilizada para identificar criminosos.
No
início do século XVIII, devido à popularização
das gravuras de heróis de ukiyo-ê (arte gráfica
japonesa), a tatuagem alcançou o seu auge, sendo chamada
também de horimono ou wabori (entalhes japoneses). O
governo feudal expediu por várias vezes a ordem de proibição
das tatuagens, mas a prática obteve grande aceitação
entre marinheiros, puxadores de liteira, bombeiros, operários
de construção civil, ou seja, profissões
que deixam o corpo à mostra. O governo Meiji também
expediu uma ordem de proibição da tatuagem, por
considerá-la uma prática selvagem. Entretanto,
ironicamente, os nobres da Rússia e da Inglaterra foram
atraídos pela beleza dessa arte corporal e fizeram uma
visita especialmente para conhecê-la. Na ocasião,
o governo teria realizado um evento reunido os mais renomados
tatuadores.
Por
que se tatuar?
Os motivos para as tatuagens são tirados da história,
da cultura, da religião, dos costumes, etc. As figuras
mais populares foram as heróicas, da história,
ou animais fortes, como o tigre, o dragão, o leão,
etc., ou ainda motivos religiosos como o Fudo Myoo (divindade
budista), beldades celestiais, deuses, entre outros. Dizem que
a tatuagem manual provoca dores como as de cortes feitos com
lâminas cegas, além de febre. O que leva as pessoas
a passar por tudo isso para ter uma tatuagem? Especialistas
analisam o ato como uma forma de ligar-se a heróis, preenchendo-lhes
o desejo de se unirem a seus objetos de adoração.
O fato de tatuar o nome da pessoa amada também está
ligado ao desejo de que ela seja uma pessoa eterna. Há
algum tempo, a tatuagem era sinônimo de yakuza (mafiosos),
significado hoje superado.
Quanto
tempo leva para se fazer uma tatuagem?
Depende da habilidade do tatuador, mas uma tatuagem manual leva
de seis meses a um ano. Perfura-se a pele, introduzindo tinta-da-china
e cores como vermelho, verde, azul, etc. Demora semanas ou até
meses para que essas cores se fixem. Uma tatuagem manual que
abrange o corpo todo levaria de dois a três anos para
ser realizada. O preço varia conforme o tatuador, podendo
ultrapassar 15 mil ienes por hora. No Japão, foi lançada,
recentemente, a revista Tatoo Burst, especializada em tatuagens.
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