TRAGÉDIA - Terremoto na região de Kanto
matou 142.807 pessoas em setembro de 1923
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Fotos:
Divulgação / Arquivo NB
O Japão é o país das catástrofes
naturais. Anualmente, o arquipélago sofre grandes prejuízos
decorrentes de abalos sísmicos, tufões, erupções
vulcânicas e incêndios florestais. As conseqüências
do grande terremoto que atingiu a região de Hanshin (Kobe
e Osaka), em 17 de janeiro de 1995, que alcançou 7,3
graus na Escala Richter, ainda são sentidas pelos japoneses.
Como medidas de segurança, a serem tomadas em caso de
ocorrência de catástrofes desse tipo, o corpo de
bombeiros, a polícia, os grandes hospitais de cada região,
os meios de comunicação e as escolas são
convocados a realizar treinamentos em escala nacional. Em 2003,
estima-se que 3,7 milhões de pessoas tenham participado
do treinamento. Nada como estar bem preparado. Existem duas
hipóteses para explicar a origem do Dia da Prevenção
contra as Catástrofes. São elas:
Primeira
hipótese de origem
Foi na hora do almoço que o grande terremoto da região
de Kanto vitimou 142.807 pessoas, entre mortos e desaparecidos.
O terremoto alcançou 7,9 graus na Escala Richter e teve
intensidade sísmica 6, causando fendas oceânicas,
com epicentro localizado nas proximidades da Ilha de Izu Oshima
e noroeste da Baía de Sagami. Ao todo, 254 mil casas
foram total ou parcialmente danificadas, e os incêndios
destruíram 447 mil casas. Nas regiões montanhosas,
houve deslizamento das encostas, e o litoral foi castigado pelo
tsunami (maremoto). Tudo isso no dia 1º de setembro de
1923, às 11 horas 58 minutos e 44 segundos.
Informações
do comando do corpo de bombeiros de Tóquio deram conta
de que, durante três dias, 221.718 casas foram queimadas
pelo incêndio provocado pelo forte vento que se sucedeu
ao abalo. A área total queimada chegou a 38,30 km2. O
resultado foi de 60.420 mortos, 36.664 desaparecidos e 31.051
feridos. A triste lição deixada pelo terremoto
de Kanto deu origem ao Dia da Prevenção contra
Catástrofes.
Segunda
hipótese de origem
Uma outra corrente defende que o 210º dia a partir do início
da primavera era tido como dia de azar, e esta data fica em
torno do dia 1º de setembro, época de maior incidência
de tufões. O Japão, país de origem agrícola,
tinha a plantação de arroz inundada por lamas
justamente quando as espigas começavam a se formar, ou
tinha as flores do arrozeiro danificadas pelos fortes ventos,
comprometendo a colheita do arrozal cultivado com tanta dedicação.
Registros
de grandes terremotos
De acordo com o Centro de Prevenção de Catástrofes
Sísmicas de Shizuoka (www.e-quakes.pref.shizuoka.jp),
a superfície da Terra é forrada por mais
de dez placas rígidas, encaixadas entre si como peças
de um quebra-cabeça. Estas placas se ajustam se deslocando
paralelamente, na velocidade de pouco mais ou pouco menos de
10 cm ao ano, colidindo entre si ou afundando, o que provoca
na superfície as atividades vulcânicas e os abalos
sísmicos. No caso do Japão, estes fenômenos
têm a ver com as quatro placas: Placa do Oceano
Pacífico, Placa da Eurásia,
Placa do Mar das Filipinas e Placa Americana,
as quais teriam o ponto de contato sob a província de
Shizuoka. Esta é a razão da ocorrência de
tantos abalos sísmicos naquela região.
1995 Grande terremoto de Hanshin (província
de Hyogo 7,3 graus na Escala Richter) 6.425 mortos,
43.772 feridos, 110.457 casas destruídas.
1948 Terremoto de Fukui (província de Fukui
7,1 graus na Escala Richter) 3.769 mortos, 11.816 casas
destruídas no abalo e 3.851 casas destruídas
pelo incêndio.
1854 Terremoto de Ansei Tokai (atual província
de Shizuoka 8,4 graus na Escala Richter) 3 mil mortos
e 30 mil casas destruídas.
1707 Terremoto de Hoei (atual província
de Shizuoka 8,4 graus na Escala Richter) 20 mil mortos
e 60 mil casas destruídas.
1498 Terremoto de Meio (atual província de
Shizuoka 8,4 graus na Escala Richter) 31 mil entre mortos
e levados pelas ondas (tsunami), inúmeras casas varridas
pela onda.
De
acordo com as estatísticas, grandes terremotos têm
ocorrido a cada 80 ou 100 anos. Além dos acima mencionados,
ocorrem diariamente, em todos os lugares, abalos que não
podem ser sentidos.
Utilidades
para casos de emergência
No kit para emergência da Tokyu Hands (rede de lojas
de faça você mesmo) há itens
como balde, rádio, lanterna, pilhas de reserva, água
potável (duas garrafas de 500 ml) alimentos não
perecíveis (bolachas e similares), lenços umedecidos,
vela com fósforo, sacos de vinil para serviços,
sacola com objetos essenciais (documentos e similares), esparadrapo
para primeiros socorros, gaze, dois pares de luvas de linha,
faca, corda, fitas adesivas reforçadas, jogo de talheres,
manual de procedimento e cobertores para emergência no
valor de ¥ 14.175 (cerca de R$ 725,00).
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