Sessão de terapia anti-estresse para o Japanese Chin (espécie
de pequinês de pelo longo, originário da China)
|
Fotos:
Divulgação / Arquivo NB
Em São Paulo, o número de pet shops já
é maior do que o número de padarias na cidade
e, a cada dia, o mercado amplia seus negócios nesse setor
de serviços. Os pets, como são chamados hoje os
bichinhos de estimação, trazem às pessoas
carinho e paz de espírito nessa vida conturbada da cidade
grande, que tem como principais características a solidão
e o estresse, entre tantos outros fatores. Mas quando foi que
as pessoas começaram a ter pets em suas residências?
Surgimento
dos pet shops
O termo pet shop foi utilizado no Japão por volta dos
anos 70 e, até esta época, as pessoas referiam-se
ao pet shop como Inu-ya-san (loja de cachorro) ou Kotori-ya-san
(loja de passarinho). Na Era Edo, ainda não existia o
termo Inu-ya-san, mas já existia o termo Kotori-ya-san
e era nessa loja que vendiam-se os cachorros. Em 1787, um livro
que falava sobre como cuidar dos animais e seus vários
tipos (cachorro, gato, pássaros, peixe, etc.), Chingansodategusa,
foi publicado em Quioto.
Hoje
em dia, além desses animais, existem vários outros
tipos de pets, como por exemplo, animais mamíferos (tigre,
macaco, rato, etc.) e répteis (cobra, zool lagarto, etc.),
que podem ser nacionais ou importados, ou ainda vindos diretamente
de criadores. Especialmente cães, gatos, peixes e pássaros
são populares e têm diversos acessórios
para sua confortável vida como pets modernos. Além
disso, eles também possuem vários serviços
e cuidados médicos, como sessão de terapia anti-estresse.
Há várias informações sobre pets
no site: KAO PETHOME - www.kao.co.jp/pet/dog/jiten/
Pets
e sua vida
A cultura de ter animais de estimação é
originária da parte central de Ásia, há
aproximadamente 30 mil anos. Nesta época, os cachorros
faziam o papel de sentinelas, ou eram essenciais na hora da
caça. Como os humanos moraram junto com os cães
durante muitos anos, esses animais tornaram-se parte da família,
transformando-se em verdadeiros companheiros. Na Era Edo, havia
muitos cães abandonados que procuravam alimento nas sobras
deixadas por moradores. No entanto, as pessoas não podiam
ter cachorros e só davam as sobras quando os animais
pediam em suas residências. Nesta época, havia
um poema japonês chamado Kaji ni kenka ni inu no fun (Incêndios,
Conflitos e Cocô de Cachorro), que, naquela época,
observou o fato de haver também muitas fezes espalhadas
pela cidade, assim como acontece hoje em São Paulo.
Atualmente,
um dono que tem uma maneira ruim de tratar seu animal chama
a atenção das pessoas, mas este jeito que os japoneses
têm de tratar seus animais vem desde a Era Edo. Regras
como as estabelecidas em apartamentos japoneses, proibindo a
presença de animais, são raras em outros países
e, no Japão, há regras rigorosas quanto ao modo
de cuidar e manter os animais necessárias para o bom
convívio entre o bichinho de estimação
e a sociedade.
Pets
da família imperial e do xogunato
Apesar de as pessoas da época não terem permissão
para criar um pet, a família imperial continuava a ter
um tipo de cachorro que foi trazido da China, chamado Chin e
hoje chamado de Japanese Chin ou Spainell Japonês (uma
espécie de pequinês de pêlo longo). No antigo
Tibete, existia a cultura de presentear com um cachorro um dirigente
de um país vizinho, como um artifício diplomático.
Essa cultura foi trazida pela China, utilizando espécies
como o pequinês e o Shii Zuu. Depois disso, no Japão
da Era Nara, os cachorros foram trazidos da Coréia.
Pets
na pintura japonesa Ukiyoe
O Museu Memorial de Ota realiza exposição sob
o tema Ukiyoe ni miru aisareru pet (Os Amados Pets vistos através
do Ukiyoe), até 28 de agosto. É possível
ver pinturas do mestre em Ukiyoe, Hokusai. Mais informações
sobre a exposição estão no site www.ukiyoe-ota-muse.jp.