Fotos:
Divulgação / Arquivo NB
Com os olhos voltados para o centenário da imigração
japonesa no Brasil, marcado para junho de 2008, tanto no Japão
como no Brasil inúmeras atividades comemorativas estão
sendo planejadas. Localizado no bairro do Brás, em São
Paulo, está o Memorial do Imigrante (www.memorialdoimigrante.sp.gov.br),
e a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (Bunkyo) possui
o Museu Histórico da Imigração Japonesa
no Brasil (www.bunkyo.org.br).
No
bairro turístico de Minato Mirai, em Yokohama, em frente
ao Bay Bridge Yokohama, há um elegante edifício
com paredes de tijolos onde funciona a Jica (Japan International
Cooperation Agency). Ali fica o Museu da Emigração,
que apresenta aos japoneses o real aspecto da emigração
de seu povo utilizando a mais moderna tecnologia, com painéis,
imagens, réplicas, dados e outros recursos.
Museu
da Emigração da Jica
São
quatro os objetivos do museu:
1-
fazer com que os japoneses conheçam a história
da emigração de seu povo ao exterior;
2-
apresentar aos japoneses a sociedade construída por emigrantes
e seus descendentes, para que eles possam compreendê-la;
3- Divulgar quanto as atividades dos emigrantes e seus descendentes
contribuíram para o país ao qual migraram;
4-
buscar compreensão em relação aos descendentes
de japoneses que hoje vivem, estudam ou trabalham no Japão.
O
acervo do museu é constituído de 4 mil documentos,
como a lista de emigrantes, passaportes, documentos de identidade,
contratos, jornais, etc.; 5.200 itens como imagens e sons, fotografias,
filmes, discos, etc.; 1.700 objetos como cestos de vime, malas,
implementos agrícolas, materiais para pesca, instrumentos
de lazer, etc.; além de 52 mil itens, como livros e demais
materiais. Dentre eles, 1.500 itens estão em exposição.
Todos os materiais e estatísticas da emigração
estão digitalizados, sendo possível consultá-los
pelo computador.
Um
dos membros que compõem a convivência de múltiplas
culturas
A
emigração que se iniciou após a extinção
da ordem de proibição de saída ao exterior,
em 1866 (ordem de isolamento do país), com o trabalho
nas plantations no Havaí, passou para a América
do Norte e, posteriormente, para a América do Sul, chegando
ao Peru, no ano de 1899, e ao Brasil, em 1908. Depois da proibição
da entrada nos Estados Unidos, em 1924, a migração
direcionou-se para as Américas Central e do Sul, sendo
que teria sido 770 mil o número de imigrantes anteriores
à guerra e 260 mil após a guerra.
Hoje,
já existem a quinta ou a sexta geração
destes imigrantes, que estão atuando e dando a sua contribuição
para os países onde vivem, valorizando as próprias
características do povo nipônico. Este de fato
é um importante elemento, que se encaixa plenamente na
era da convivência entre culturas múltiplas, na
qual se pretende formar uma sociedade e um mundo pacíficos,
reconhecendo mutuamente as diferenças entre povos e culturas.
Dizem que os brasileiros com ascendência japonesa que
vivem, estudam ou trabalham no Japão já ultrapassam
o número de 300 mil. Isao Kaburagi, que atuou durante
20 anos como funcionário da Jica no Brasil, Peru, Bolívia,
entre outros países, em atividade de apoio aos imigrantes
e que atualmente é voluntário no Museu da Emigração,
defende entusiasticamente a idéia que, através
deles, poderão conhecer a cultura e os hábitos
de vida dos brasileiros. Hoje, a Jica oferece anualmente uma
ajuda técnica no valor de ¥ 158,2 trilhões
ao mundo todo.
Em
Minato Mirai (Yokohama), os eventos realizados a cada final
de semana e feriado, ou ainda as atrações do parque
de diversões, como a grande roda panorâmica, têm
atraído um grande número de pessoas. Uma vez lá,
não se pode perder, entretanto, a oportunidade de se
conhecer o Museu da Emigração da Jica.