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A pintura ocidental japonesa
Fotos: Divulgação / Arquivo NB

Hoje, apresentamos a história da pintura ocidental no Japão.


TÉCNICA - Nanbanga empregava técnica de sombreado e perspectiva de distância

A pintura de Portugal

Costumes ocidentais como a arma de fogo e, mais tarde, a religião cristã foram introduzidos no Japão por meio de náufragos portugueses que chegaram a Tanegashima (uma ilha ao sul da província de Kagoshima). Por intermédio dos jesuítas da Companhia de Jesus, não só a doutrina cristã, como também a música e a pintura ocidentais, especialmente as pinturas sacras – como quadros de Jesus ou Maria –, ou biombos retratando os navios portugueses, indumentária, cães de raças ocidentais, elefantes, tigres, cavalos árabes e cenários de comércio foram produzidas. Todas essas pinturas empregavam técnicas de sombreado e perspectivas de distância, imitando traços da arte ocidental. Estas gravuras foram chamadas de nanbanga, ou de pintura portuguesa. Entretanto, em 1639, o governo feudal de Tokugawa emitiu o decreto de isolamento do país, proibindo o cristianismo em todo o arquipélago e ocasionando a interrupção de técnicas que não foram deixadas para a posteridade. Das imagens sacras, quase nada foi preservado, restando apenas pouco mais de 40 itens de biombos portugueses.

Os estudos holandeses e a pintura em estilo holandês de Akita


ARTE - Obra de Naotake Odano, súdito do feudo da província de Akita

Dizem que a pintura ocidental foi desenvolvida paralelamente aos estudos holandeses no Japão. Esses estudos se deram nas mais variadas áreas, como Medicina, Farmacologia, Astronomia, Matemática, Construção civil, Pintura ocidental e outras, introduzidas pela Holanda, o único país que tinha a permissão de praticar comércio em Nagasaki na Era Edo, em substituição a portugueses e espanhóis. O oitavo shogun, Yoshimune Tokugawa (1716–1745), tinha grande entusiasmo em absorver a cultura estrangeira. Soldados e intelectuais aprenderam, em idioma holandês, ciências e tecnologia, técnicas artísticas e outras. A pintura de estilo ocidental (através da imitação da pintura ocidental) iniciada por Naotake Odano (1749–1780), um súdito do feudo da província de Akita, foi divulgada entre a classe dos soldados do mesmo feudo, chegando a ser estudada mais tarde pelo senhor feudal Yoshiatsu Satake (1748–1785, de nome artístico Shozan) e outros. Os daimiôs, por sua vez, praticavam a pintura ocidental como diversão em sociedade, elaborando gravuras de seres da natureza, com destaque para o mapeamento do corpo humano, que consta no Kaitai Shinsho (literalmente, novo livro de anatomia), considerada a primeira tradução de um livro ocidental sobre anatomia publicada no arquipélago, em 1774. As primeiras teorias sobre a pintura ocidental também decorreram deste importante movimento intelectual chamado de Akita Rangaku (segunda metade do século XVIII), ou de Estudos Holandeses de Akita.

Kookan Shiba (1738–1818)

A pintura ocidental foi divulgada entre os populares por Kookan Shiba. Nascido na classe de pequenos comerciantes em Edo, inicialmente, Shiba estudou o estilo Kariya (grupo de pintores reconhecidos pelo governo feudal) e, depois disso, estudou Ukiyo-ê com Harunobu Suzuki (1725-1770), o maior conhecedor do assunto. Por meio de pesquisadores de estudos holandeses, teve acesso, em livros de idioma holandês, ao método de confecção da calcografia (gravuras em cobre). Contam que, em 1783, Shiba confeccionou a primeira gravura em calcografia do Japão. Quando foi estudar em Nagasaki, o artista dedicou-se à pintura a óleo com base nas novas informações sobre a pintura ocidental. Deixou obras como figuras de ocidentais, costumes e, nos últimos anos de vida, confeccionou numerosas obras em calcografia e pintura a óleo usando como tema o Monte Fuji, paisagens de Edo, etc. Hokusai, pintor de Ukiyo-ê, parece ter recebido bastante influência dos trabalhos de Kookan Shiba.

O início da escola de artes ocidentais


FIGURA - Yuichi Takahashi deixou numerosas obras com impressionantes traços de realismo

A chegada da expedição norte-americana comandada pelo oficial Perry, em 1853, despertou o país de um sono de mais de 200 anos no qual o arquipélago ficou em isolamento. O governo instituiu o Bansho Shirabesho Gagakukyoku (Instituto de Estudos Estrangeiros), iniciando oficialmente as pesquisas sobre a pintura ocidental. Cerca de 30 artistas faziam mapas e figuras de plantas e minerais com finalidades políticas e militares. Yuichi Takahashi, que ingressou no curso em 1862 (1828–1894), disse não haver nem materiais para pintura nem bons professores no Instituto, tornando-se discípulo de Charles Wirgman (1832-91), um jornalista enviado especial da Inglaterra, que também era pintor, com quem aprendeu a pintura a óleo. Takahashi deixou numerosas obras, como retratos que possuem impressionante força de realismo e também um manual contendo explicações práticas da técnica de pintura a óleo. É chamado de “pai da pintura ocidental moderna japonesa”.


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