Fotos:
Divulgação / Arquivo NB
No dia 7 de julho, é comemorado o Festival Tanabata.
Muitos já devem ter visto o Festival Tanabata realizado
na Praça da Liberdade e já devem conhecer o costume
de se escrever os pedidos em tanzaku (folhas coloridas com 36
x 6 cm de medida), fixando-as em galhos de bambu. As pessoas
que conhecem um pouco mais sobre o assunto já devem ter
ouvido falar na romântica lenda na qual a princesa Orihime
(Estrela Vega, da Constelação de Lira) e seu amado
Kengyu (Estrela Altair, da Constelação da Águia)
ficam separados pela Via Láctea e podem se encontrar
apenas uma vez por ano, nesta data. Mas muitos devem ter questionado
o porquê de se ler como Tanabata o conjunto de ideogramas
(nana, shichi= sete) e (yuu, seki = final da tarde). Ao buscar
a razão disso, passamos a enxergar a outra origem do
Tanabata.
A
história do tanabata
A
lenda do encontro de Orihime e Kengyu em 7 de julho tem como
origem o festival chinês chamado Kikkoden. Considerando
que esta seria a noite do encontro das duas estrelas, as mulheres
faziam oferendas no final da tarde, desejando melhorar suas
habilidades em costura e caligrafia.
No
Japão, havia uma atividade palaciana parecida com esta,
registrada em Fudoki (escritura do século VIII, na qual
foram registradas informações geográficas
de cada região). De acordo com o registro, nesta data
os nobres limpavam e purificavam os jardins e observavam o encontro
das duas estrelas, fazendo um dos seguintes pedidos: riqueza,
longevidade ou filhos. Existe alguma relação com
o atual festival Tanabata, mas não existiam os bambus
e as folhas de tanzaku que atualmente marcam esta festividade.
Na verdade, o que deu origem aos bambus e aos tanzaku e até
mesmo à denominação tanabata foi uma atividade
popular que era realizada à parte dessa tradição
palaciana.
Entre
os populares, Tanabata significava máquina de tecelagem.
Havia, nesta época, uma cerimônia na qual as mulheres
faziam um tecido sagrado para oferecer ao deus da água;
esta cerimônia é interpretada como sendo um preparativo
para os finados, com finalidade de purificação.
Teriam sido realizadas na tarde do dia 7 de julho e, por isso,
grafado como (sete / tarde) e lido como Tanabata. Por volta
da Era Edo, no festival popular Tanabata passaram a figurar
o bambu e as folhas de tanzaku. Como dizem que escreviam nos
tanzaku os seus desejos ou o pedido de elevação
das habilidades nas artes e técnicas, pensa-se que, nessa
época, já havia a fusão da atividade popular
misogi, que antecedia os finados, com a atividade palaciana.
Os
sonhos das crianças
Os
leitores adultos ainda se lembram dos sonhos e desejos que possuíam
quando crianças? Quando chega a época do Festival
Tanabata, aproveitando os pedidos feitos pelas crianças,
é realizada no Japão uma pesquisa sobre as profissões
desejadas para o futuro. É curioso que os sonhos das
crianças, na maioria das vezes, refletem a época
em que vivem. De acordo com a pesquisa de 2004, entre os meninos,
a profissão mais cotada voltou a ser jogador de beisebol,
depois de 3 anos, devido às atuações de
jogadores japoneses de beisebol na Liga Americana. Por outro
lado, as meninas optaram por vendas de alimentos. Isto parece
um tanto realístico, mas talvez a preferência dos
adultos pela busca da boa mesa tenha influenciado também
as crianças.