Fotos:
Divulgação / Arquivo NB
No dia 2 de outubro, será realizado no Hotel Maksoud
Plaza, em São Paulo, o Simpósio Internacional
do Ensino da Língua Japonesa no Brasil, uma realização
conjunta entre a Aliança Cultural Brasil-Japão
e a Fundação Japão. O tema é O
diversificado perfil dos estudantes refletindo sobre
a solução da questão. No Brasil,
também está em crescimento o número de
alunos não descendentes de japoneses.
A
situação do ensino de língua japonesa na
Ásia
Sabe
quem foram os primeiros a chegar ao Japão com o intuito
de estudar a língua japonesa? No registro histórico
do Japão Nihon shoki (ano 720), consta que, no ano 681,
havia no Japão três bolsistas estudantes de língua
japonesa enviados por uma nação denominada Shiragi,
localizada na Península Coreana. Até a segunda
metade do século X, o Japão enviava à China
muitos diplomatas, estagiários e bolsistas para absorver
a avançada cultura chinesa. Posteriormente, foi extinto
o sistema público de envio de bolsistas, e o país
passou a formar sua própria cultura e sistema político-econômico
próprio.
Em
1414, a dinastia coreana incluiu o idioma japonês nos
órgãos oficiais de ensino de língua estrangeira.
De acordo com os registros, o livro didático Iroha, editado
naquele país em 1492, foi o mais antigo livro didático
da língua japonesa produzido no exterior. Foram desenvolvidos
e publicados também dicionários e materiais didáticos
direcionados para a conversação. A China intensificou
o seu interesse pelo Japão, sendo que um dos motivos
foi o surgimento de piratas denominados wako, que saqueavam
o litoral chinês no século XVI. Em 1523, foi editado
o dicionário bilíngüe Nihon; Kiwa e teriam
sido também lançados livros sobre a cultura japonesa.
A
pesquisa da língua japonesa pelos jesuítas
Os
jesuítas portugueses, que foram os primeiros europeus
a chegar na Ilha Tanegashima em, 1543, dedicaram-se com afinco
ao aprendizado da língua japonesa, para a ampliação
comercial e divulgação do cristianismo. Em 1593,
editaram, por meio da máquina tipográfica trazida
da Europa, a versão romanizada de Heike Monogatari e
Isoho Monogatari. Além desses, foram editados mais de
30 tipos de livros, mas, devido à repressão contra
os cristãos da Era Edo, esses livros do cristianismo
foram queimados, restando deles poucos exemplares. O que merece
ser apontado é o Dicionário Japonês
Português editado em Nagasaki, em 1603, no qual foram
reunidos 33 mil verbetes da língua coloquial, e que se
tornou importante do ponto de vista lingüístico,
mesmo na atualidade, para conhecermos as palavras utilizadas
pelos japoneses da época no seu cotidiano. Também
há o Rakuyoshu, material didático de ideogramas,
e também o Nihon Dai Bunten, livro de gramática
lançado no ano de 1608, da autoria do jesuíta
Rodrigues (1561~1634), que permaneceu no Japão por mais
de 20 anos, o qual faz comparação entre o latim
e a língua japonesa.
A
pesquisa da língua japonesa em tempos modernos
O
governo feudal de Tokugawa, que havia adotado a política
de isolamento do país, foi pressionado a tomar uma medida
devido à política de colonização
da Ásia e política de ampliação
do mercado posterior à revolução industrial.
O envio mútuo de diplomatas entre Japão e Coréia,
bem como entre Japão e China tornou-se regular, inclusive
na Rússia foi iniciado o ensino de língua japonesa,
sendo desenvolvidos dicionários e livros didáticos.
Em 1851, foi implantado o primeiro departamento de língua
japonesa na Faculdade de Leiden, na Holanda. Em seguida, em
1863, foi aberto o curso de língua japonesa no Departamento
de Letras Orientais da Universidade Federal da França.
Na Era Meiji, foram produzidos dicionários bilíngües
com o idioma inglês e livros de gramática.
Durante
a Segunda Guerra Mundial, o Japão obrigou a Manchúria,
a Coréia, Taiwan e as ilhas da Micronésia a implantar
o ensino de língua japonesa.
Em
1984, o Ministério da Educação do Japão
anunciou o plano de receber cem mil bolsistas do exterior, reforçando
a estrutura para recepcioná-los, e, em 2003, alcançou
a meta de cem mil bolsistas. Atualmente, o número de
estudantes de língua japonesa nos países da Ásia,
principalmente China e Coréia, bem como do mundo todo,
ultrapassam a casa dos 2,3 milhões.