(Fotos:
Reprodução)
Diferente
dos Estados Unidos e dos países europeus, onde a adoção
favorece os órfãos e casais sem filhos, no Japão,
o sistema agrega outra função.
Tradicionalmente,
os trabalhos domésticos e familiares sempre foram a base
da unidade social entre os japoneses e, por isso, a continuidade
dos cuidados da casa e da família sempre foi considerada
extremamente importante para toda a sociedade, principalmente
na falta de um herdeiro natural e, de preferência, do sexo
masculino. Outra condição se referia quando, por
diversos motivos, o herdeiro não era o mais indicado na
sucessão familiar.Contudo, a adoção podia
também ser usada entre as famílias com o intuito
de criar alianças políticas e econômicas.
Bem
mais complexa que o sistema adotivo de outras sociedades no mundo,
a prática no Japão destaca-se pelas características
peculiares de sua sociedade. Um dos exemplos é a adoção
de crianças advindas de famílias estruturadas, que
acabam mantendo seu próprio sobrenome, diferente da família
adotiva. Estas adoções tiveram início no
período Nara.
Mais
tarde, durante o período Kamakura (1185-1333), a adoção
de pessoas do sexo masculino era realizada mesmo quando a família
possuía seus próprios filhos. Foi aí que
as alianças familiares se iniciaram.
Mudanças
Há
ainda os casos em que sogros adotam genros como forma
de dar prosseguimento aos deveres domésticos e sociais
japoneses. O genro, então, passa a ter o sobrenome da família
da esposa e assume o papel de sucessor do sogro. Geralmente, o
homem que aceita ser adotado deve ter ao menos um
irmão para garantir a continuidade de sua família
de origem.
Em
casas sem ascendentes masculinos, um segundo filho ou neto de
um parente poderiam ser candidatos a adoção.
Esse processo geralmente ocorre quando o garoto é ainda
jovem ou logo que chegue à fase adulta. Mas, foi a partir
de 1948 que as revisões do código civil no país
enfatizaram os direitos da individualidade, estabelecendo teoricamente
a adoção como uma instituição de bem
estar do adotado, e não pelo prosseguimento das regras
e conceitos sociais.
Mesmo
assim, embora não tão frequente, a adoção
realizada por casais é legalmente possível. No entanto,
no Japão, os órfãos quase sempre são
adotados por parentes. Na sociedade japonesa, crianças
abandonadas por sua vez, representariam uma parcela problemática
dentro do sistema de adoção do país. Felizmente,
algumas famílias de criação têm surgido
e são responsáveis pelas crianças até
que se tornem adultas.
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