(Fotos:
Reprodução)
Uma
variedade espetacular de tecidos tem acompanhado os japoneses
desde que viram as primeiras tramas em seda, originárias
da China.
Por
volta do século 4º até a metade do século
7º, os artigos têxteis ganharam importância no
Japão, que foi receptivo às técnicas aprimoradas
também pelos coreanos, além dos chineses, através
de estilos como nishiki, aya, ro e sha. A partir daí, várias
estampas foram surgindo, principalmente no Período Nara
(710-794).
Nessa
época, como inicialmente a seda ostentou um valor importante
na história têxtil do país, a estética
delineava certos padrões específicos para as vestimentas
cerimoniais das mulheres da côrte, chamadas de junihitoe.
Mais
para frente, no século 16, o Japão começou
a ampliar sua visão de mercado para adquirir maior variedade.
Importou tecidos como donsu, kanto, kinran e ginran, além
de sarasa. Só no final do mesmo século é
que os japoneses decidiram imitar os estilos vistos no exterior,
através dos primeiros tecelões. Nishijin, em Quioto,
tornou-se um centro de tecelagem de alta qualidade. Enquanto isso,
o kosode, precurssor do quimono, mantinha-se como a vestimenta
comum da época.
No
Período Edo (1600-1868), o shogunato de Tokugawa proibiu
que mercadores urbanos se vestissem com determinados tecidos como
donsu e brocados. Dessa forma, a classe recorreu a artesãos
que desenvolveram panos que pudessem ser usados sem restrição.
O
resultado foi a criação de produtos diferentes em
estilo, composição e detalhes. O kosode de seda
feito a partir de tintura (kanoko e yuzen) revelou-se como uma
técnica de pintura tipicamente da metade do Período
Edo. Algumas práticas atuais na confecção
de tecidos são resquícios técnicos empregados
durante os séculos 18 e início do 19.
Mais
tarde, ao contrário dos mercadores, pescadores e fazendeiros
decidiram mudar os artigos têxteis utilizados para suas
roupas de trabalho, reforçando-os com camadas e designs
complexos os chamados sashiko.
Com
o tempo, populações de regiões diferentes
do arquipélago japonês desenvolveram seus próprios
modelos e estilos de tecido. Os Ainu, por exemplo, criaram suas
próprias vestimentas, enquanto os originários das
ilhas Ryukyu (Okinawa) desenvolveram formas têxteis inspiradas
na natureza, preferindo principalmente as colorações
azul e amarela forte. Na atualidade, a referência ocidental
se mescla, por exemplo, com os tecidos tradicionais das épocas
antigas através dos quimonos.
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