(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
Com
a difusão do uso do computador, imaginava-se que o consumo
de papel sofreria uma queda. Mas ao contrário do que pensávamos,
a procura por esse produto continua crescendo progressivamente.
O papel é tão importante no cotidiano das pessoas
que ninguém pode imaginar a vida sem esse artigo.
O papel
foi desenvolvido a partir de uma necessidade que remonta a era
In e Shû na China, quando foram inventandos os primeiros
caracteres. Nessa época, as pessoas escreviam em ossos
de animais, metais, madeira e seda. Mas conforme as informações
iam aumentando, foi preciso buscar um material mais compacto,
leve e barato. O papel surgiu nesse contexto para atender essa
finalidade.
Há
uma versão de que o papel foi inventado pelo chefe da oficina
de arte do palácio Chinês em 105. Mas acredita-se
que, de fato, esse material tenha surgido durante o período
de 140 a 87.
A técnica
de produção de papel inventada na China, chamada
de Tamesuki, foi introduzida no Japão, via Coréia,
no século 6. Esse método também foi adotado
por países europeus. Os japoneses, no entanto, aperfeiçoaram-na
e criaram uma nova técnica denominada Nagashisuki.
Nessa
nova forma de produção, os nipônicos utilizavam
como matéria-prima principal o Kouzo misturada com outro
tipo de material, exclusivamente usado pelos japoneses, chamado
Ganpi. Aí residia a grande diferença com a técnica
chinesa, que fazia do linho a principal matéria básica.
Isso
possibilitou aos japoneses produzirem fibras mais compridas, permitindo
um entrelaçamento mais forte. Conseqüentemente, o
papel japonês, chamado de washi, tornou-se mais bonito e
resistente.
Após
a revolução da era Meiji, a técnica da impressão
tipográfica e os papéis ocidentais feitos a partir
de polpa tornaram-se indispensáveis para o desenvolvimento
do país. Precisava-se, por exemplo, de grande quantidade
de papel para emitir notas de dinheiro. Diante desse novo panorama,
a utilização de washi perdeu espaço. Apesar
disso, o jornal Nikkan, publicado desde o ano 3 da era Meiji (1870),
ainda continuava a ser impresso em papel japonês.
Antigamente
o washi também era utilizado para outros fins. Os mais
pobres misturavam-no com o bagaço de arroz para fazer moti
(bolinho de arroz). Também usavam o papel para dormir como
se fosse um futon (edredon).
O papel
japonês foi utilizado também na produção
de shôji (biombos), fusumá (portas corrediças),
andon (lamparinas), chouchin (lanternas), etc.
Ultimamente
vem sendo confirmada a tese de que a substância que compõe
o papel de parede atualmente utilizado no Japão produz
um gás venenoso. Com o washi não há essa
preocupação.
Além
disso, por causa de sua característica resistente, o papel
japonês era utilizado também para fazer o emakimono,
uma pintura feita sob uma espécie de pergaminho.
Há
pouco tempo atrás, existiam em todo o Japão casas
especializadas para produzir o papel japonês. Atualmente,
apenas cerca de 400 permanecem em atividade nas províncias
de Kochi, Gifu, Fukui e Ehime, evidenciando um inevitável
declínio nesse tipo de produção de papel.
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