(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
No
Japão, um país cercado pelo mar, desde a antigüidade
as pessoas foram abençoadas pela abundância de peixes,
mariscos e algas marinhas. Na mitologia japonesa, histórias
referentes à figura de peixes também eram freqüentes.
Calcula-se
a existência de cerca de 25 mil espécies de peixes
no mundo inteiro. Dez porcento dessas espécies habitam
o mar ao redor do Japão. Apesar disso, são comercializáveis
150 ou 200 espécies, das quais apenas 60 ou 70 vêm
sendo realmente pescadas com valor comercial e colocadas no mercado
consumidor.
Durante
muito tempo, o Japão ocupou o primeiro lugar na atividade
pesqueira. Mas, em 1989, cedeu esse posto para a China. Destacam-se
como os motivos para a perda dessa hegemonia, a redução
de peixes no mar próximo ao Japão, o fortalecimento
da restrição pescadora na escala mundial, a diminuição
e o envelhecimento dos pescadores e o aumento da importação
de peixes.
Atualmente
o Japão detém a terceira posição na
extração de peixe. A China está em liderança,
seguida pelo Peru. Em 1996, os japoneses pescaram 7.470 milhões
de toneladas de peixe. Esse montante representa 6% da produção
mundial. Mas se o Japão caiu no ranking de produção,
o país continua como o maior importador do produto. No
ano de 96, ele era responsável por 30% da importação
mundial de pescados. Para se ter uma idéia do que isso
representa, a importação de peixes responde por
5% do total dos produtos importados pelo país.
Com
as mudanças evidenciadas nos hábitos alimentares
japoneses em decorrência da influência ocidental,
verifica-se, principalmente entre os jovens, um aumento no consumo
de carnes em detrimento do peixe. Mesmo assim, 40% da proteína
animal ingerida pelos nipônicos ainda são provenientes
dos peixes.
Ultimamente,
os peixes vêm sendo valorizados nos países ocidentais,
pois são considerados alimentos saudáveis. Nos restaurantes
japoneses em São Paulo, por exemplo, o sashimi (peixe cru)
é a comida mais preferida pelos clientes depois do sushi.
Nos
dias atuais, a pesca comercial vem declinando. Em contrapartida,
a pesca encarada como lazer e esporte vem ganhando um grande número
de adeptos. No Japão, existem cerca de 20 milhões
de pessoas que se divertem praticando a pescaria como hobby. Também,
nota-se o aumento de pescadores profissionais que sustentam suas
vidas com os prêmios ganhos em campeonato de pesca.
A pesca
é uma atividade muito popular também no Brasil.
Muitos nikkeis são fanáticos por uma pescaria. Devido
ao grande desenvolvimento e procura pela pesca esportiva, são
observados no mercado vários utensílios como bóias
coloridas e iscas artificiais aperfeiçoadas.
Os peixes típicos do Japão
Tai
O tai (pargo) é considerado um peixe tão bonito
e delicioso que existe desde a antigüidade um ditado popular
relacionado a ele. Também é uma espécie indispensável
em ocasiões especiais de comemoração como
a entrada de Ano Novo e casamento.
Koi
O koi (carpa) pode ser reconhecido no koinobori (flâmulas
com forma de carpa erguidas no Dia dos Meninos). A partir da imagem
da carpa, que nada vigorosamente contra a corrente do rio na época
da desova, os pais desejam aos seus filhos que eles encarem e
superem as dificuldades com o mesmo espírito positivo.
Mesmo sendo popular no Japão, o koi não é
apreciado na Europa, pois é considerado como um peixe que
habita o esgoto. Hoje, ele é cultivado em várias
regiões do Japão.
Fugu
O sashimi de fugu (baiacu), transparente e cortado fino,
é tão bonito e gostoso que desde antigüidade
o povo dizia que valia a pena comê-lo mesmo que fosse em
troca da própria vida. Até hoje, existem pessoas
que morrem por causa do veneno do fugu.
Magurô
Hoje, o magurô (atum) é o peixe mais utilizado
no preparo do sushi e sashimi. Mas na era Edo (1603-1867), o povo
não gostava muito dessa espécie por acharem-no muito
gorduroso. No início do século 19, quando o maguro
foi excessivamente pescado, ele era negociado a um preço
extremamente baixo. O excedente foi utilizado como adubo. O maguro
era considerado um peixe feio.
|