(Fotos:
Reprodução / Divulgação)
A
espada japonesa surgiu como uma arma, e sua forma e modo de produção
sofreram alterações de acordo com a mudança
de estratégia guerreira e da característica de cada
época. Hoje a espada japonesa é valorizada como
um trabalho artesanal, transformando-se no melhor patrimônio
cultural de ferro criado pelos japoneses. A espada chegou no Japão
aproximadamente a partir do século 4, na idade do ferro,
após a idade da pedra e do bronze.
Essas
espadas, conhecidas como Tachi, mediam de 60 a 70 cm. Hoje elas
são encontradas em mausoléus (túmulo antigo
dos imperadores). Como podemos observar também no retrato
de Shôtoku-Taishi, antigo príncipe do Japão,
as pessoas as utilizavam penduradas na cintura.
Também
existe, na mitologia japonesa, uma cena em que dois deuses, Izanagi
e Izanami, utilizam a espada para criar o Japão. Na mesma
mitologia aparece um artigo sobre um deus chamado Susano-o no
Mikoto, que corta todos os pescoços de Yamata-no-Orochi,
uma cobra enorme que possui oito cabeças. O deus tem que
pegar a espada Ama-no-Murakumo-no-Tsurugi que está dentro
do corpo do monstro. Essa espada vem sendo transmitida de geração
em geração. Ela é passada adiante durante
a entronização do imperador, acompanhada dos dois
tesouros sagrados, um espelho e uma jóia.
Posteriormente,
com o desenvolvimento da técnica da produção
da espada, a sua forma sofre alteração. Ela passa
a ser curvilínea e não mais retilínea. Isso
aconteceu por que era mais eficiente aos samurais usar a espada
curvada durante a montaria. Dessa forma, a espada torna-se uma
arma indispensável, numa época caracterizada pela
batalha, que se originou devido a luta por território.
Este movimento marca o período de transição
do regime nobre para o militar.
Dizem
que a espada é o espírito do samurai. Há
uma lenda que diz que um samurai foi expulso de uma tropa por
que bêbado, esqueceu sua espada.
Com
o aumento da demanda, surgem bons artesãos de espadas em
várias regiões do Japão. Também há
um registro histórico informando que existiram espadas
que não se quebravam, mesmo após matar 100 soldados
da Mongólia, que invadiram o Japão em 1274 e 1281.
Esse fato prova que existia, já nessa época, a técnica
de produção para criar uma espada que não
se quebrasse, não entortasse e que cortasse bem, requisitos
indispensáveis para que a mesma fosse uma boa arma.
Apesar
dessas lendas, na realidade, dizem que não há espada
capaz de cortar dezenas de pessoas e permanecer intacta. Ao matar
apenas três pessoas, pequenas falhas seriam apresentadas
em sua lâmina. Para isso não ocorrer, os samurais
matavam os inimigos enfiando a mesma no pescoço e peito,
ao invés de simplesmente cortá-los.
Ao
chegar à era Edo, com a fim da batalhas, diminui-se a necessidade
de usar a espada como arma. A partir de então, são
produzidas espadas mais bonitas, com o objetivo de transformá-las
em obra de arte. Comparando com espadas ocidentais, a espada japonesa
possui lâmina unilateral, cabo (ou empunhadura) mais comprido
e é mais pesada, pois deve ser segurada com as duas mãos.
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